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Universidade Federal do Ceará
Museu de Arte da UFC – Mauc

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2019.02- Zenon Barreto, um artista que amava o que fazia!

Zenon da Cunha Mendes Barreto nasceu em Sobral, município cearense, no dia 31 de dezembro de 1918. Foi pintor, gravador, escultor, desenhista, ilustrador, cenógrafo e professor.

Por orientação médica e como forma de recuperação de sua saúde, iniciou no universo artístico, nos idos de 1948, após sofrer um acidente de montaria na Escola Militar do Ceará. Desde o início empenhou-se em aplicar novas técnicas e materiais na produção de suas obras, que vão do expressionismo ao abstracionismo, sempre atento às tendências artísticas de sua época.

Em 1949, ingressou na Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP) como aluno do Curso Livre de Desenho e Pintura e em alguns meses, o aluno Zenon já estava ilustrando as páginas da revista Croquis e da revista do grupo CLÃ, revelando seu talento para essa arte.

Participou de várias mostras em salões e bienais, como o I, II e III Salão dos Independentes, I Salão Histórico da Arte Cearense, VI, IX, XIII e XIX Salão de Abril de Fortaleza, I, VIII, X, XI, XIII e XVI Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro, I e XI Bienal Nacional e VI Bienal Internacional de São Paulo, entre outros. Em 1958, ficou em primeiro lugar na categoria Desenho do XIV Salão de Abril. Foi contemplado, em 1960, com o prêmio Aquisição pelo desenho “Regresso das Jangadas”, no IX Salão Nacional de Arte Moderna.

Em 1962, recebeu Medalha de Bronze na categoria Desenho do IX Salão de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul e em 1970, conquistou seu primeiro prêmio em escultura com a obra “Iracema”. Realizou exposições individuais na Fundação Cultural de Brasília (1963), Galeria Ser (1964) Museu de Arte da UFC (1969) e Galeria Tukano (1989), entre outras.

No Mauc,realizou individual em 1969 e participou das exposições coletivas de 1963, 1972, 1973 e 1981. A convite do arquiteto Neudson Braga e do Reitor Antonio Martins Filho, produziu para a fachada do novo prédio do Museu de Arte da UFC o painel “Jangadas”, em 1965.

Seu primeiro painel, “Trabalhando no Campo”, foi produzido em 1961 para a inauguração do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (DAER). Em 1963, elaborou o painel “Estivadores”, produzido para o Centro de Exportadores do Ceará. Seis anos depois, a Teleceará recebeu das mãos de Zenon o painel “Telefonia”.

Publicou em 1967 seu primeiro álbum de xilogravuras denominado “Figuras do Nordeste”, com personagens da cultura popular nordestina. Seu segundo álbum “Ritos, Danças e Folguedos do Nordeste”, foi publicado após 23 anos.

As obras “Rendeira”, “Cafuné”, “Mulher ao pilão”, “Mulher com pote” e “Louceira” foram inspiradas nos personagens do álbum “Figuras do Nordeste”, e produzidas para a sua exposição individual “Esculturas para Jardim”, realizada em 1970. Em 1971, essas obras passaram a ornamentar os jardins do Palácio do Governo.

Em homenagem aos seus 25 anos de carreira, Zenon ganhou uma sala especial no XXIV Salão de Abril, com desenhos, esculturas e fotografias do artista. Em 1992, Zenon produziu, a pedido da Prefeitura Municipal de Fortaleza, um de seus últimos trabalhos: a estátua “Bárbara de Alencar”, monumento em homenagem à mulher fortalezense.

A convite da Fundação Joaquim Nabuco, participou, em 1994, da exposição coletiva itinerante “Cumplicidades”, percorrendo várias cidades de Portugal. A convite do Centro de Artes Visuais Raimundo Cela, participou da exposição coletiva “12 A Postos”, em 1995.
A estátua “Iracema Guardiã”, última obra do artista, foi criada e projeta em 1965 e executada, somente em 1996, a pedido da Fundação Cultural de Fortaleza e encontra-se localizada na Praia de Iracema.

No Teatro José de Alencar, atuou como cenógrafo e figurinista nas peças “O Demônio e a Rosa” e “O Auto da Compadecida”, em 1950. Ministrou ainda, cursos de desenho para professores do Ensino Médio (1958-1959, para alunos do Conservatório de Música Alberto Nepomuceno (1961) e para artistas principiantes da Casa Raimundo Cela (1969).

Zenon Barreto faleceu em Fortaleza no dia 18 de janeiro de 2002, deixando como legado uma vasta produção artística, fruto de uma vida inteira de trabalho.

 

Por Carlizeth Campos, Assistente Administrativa do Mauc.

27/02/2019

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