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Universidade Federal do Ceará
Museu de Arte da UFC – Mauc

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Sobre

Breve histórico do Núcleo Educativo do Museu de Arte da UFC

Antecedentes

Desde a sua criação, em 1961, o Museu de Arte da UFC possui um forte vínculo com a educação. Por ser um museu universitário, sempre manteve uma relação próxima do universo da formação humana; por ser um museu de arte, o primeiro do Estado do Ceará, desde a sua fundação serviu de espaço para exposição, produção artística e incentivo à criatividade e à valorização da cultura cearense e regional em um diálogo permanente com o universal.

Os primeiros indícios da atividade educativa do Mauc podem ser encontrados ainda no período denominado pré-criação do museu (1955-1961), ou seja, nas atividades expositivas e culturais realizadas e irradiadas a partir da Reitoria da UFC, sob a orientação e incentivo do Reitor Antônio Martins Filho, criador da UFC e do museu. Em depoimento publicado em suas memórias, Martins Filho (1996, p. 97) afirma:

“No exercício da Reitoria da Universidade do Ceará, passei a considerar a importância dos museus e sua alta significação na sedimentação da cultura de um povo. Compreendi, igualmente, que teria tido maior rendimento nas minhas esporádicas visitas aos museus da Europa, se estivesse mais familiarizado com o mundo maravilhoso das artes plásticas.”

Assim, o Mauc é criado com a visão de se constituir em um lugar de memória das Artes Cearenses, mas também com a missão de contribuir para a formação estética e a sensibilização do olhar para o universo artístico. No projeto capitaneado por Martins Filho, em sintonia com os diálogos por ele estabelecidos com artistas cearenses, como Antônio Bandeira, Heloísa Juaçaba e Zenon Barreto, o Museu estava integrado a um projeto mais amplo de Universidade, no qual ciência e cultura andavam juntas em prol do desenvolvimento do Ceará e do Nordeste, aspecto consolidado sob o lema “O Universal pelo Regional”, cunhado por ele.

Segundo Pedro Eymar Costa (2009),

“A ideia de um Museu, longe de um ‘culto à saudade’ [referência à matriz barroseana implantada no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro], ou de uma adesão ao movimento de criação de museus de arte moderna, liga-se diretamente ao núcleo da questão da identidade cultural podendo depreender-se do termo ‘sedimentação’ o caráter dinâmico e educativo contido em sua ideia.” 

Dentre as suas finalizadas, constantes na Resolução nº 104 de 18 de julho de 1961 (documento oficial de criação do museu), constam as seguintes:

“b) – promover exposições de artes plásticas, visando à elevação do nível cultural do povo;

c) – patrocinar cursos, conferências, palestras e debates sobre assuntos e problemas ligados às artes, em geral;

(…)

f) – preservar o patrimônio artístico do Ceará e estimular, por todos os meios a seu alcance, o desenvolvimento das artes plásticas no Estado.”

Destacamos estas três alíneas pois, nelas, são identificáveis elementos que ligam a instituição à educação, principalmente por meio das exposições, dos cursos e das atividades que favoreceriam o desenvolvimento das artes no Ceará. Com efeito, as ações educativas estavam presentes no museu desde os seus primeiros anos, conforme atestam os primeiros anúncios divulgados na imprensa, acerca do funcionamento da instituição:

“O Museu de Arte da Universidade do Ceará continua de portas abertas ao nosso público e a quantos visitam a nossa capital […] [O museu] dispõe de elementos especializados para oferecer esclarecimentos aos visitantes sobre as suas diversas seções de arte, numa mostra que se estende desde a escultura sacra até a arte mais rude do artista nordestino.”

Data ainda dos anos 1960 a atuação de “guias”, como eram identificados os profissionais responsáveis pela recepção e realização das visitas às exposições, os funcionários identificados na citação acima como elementos especializados, dentre os quais situavam-se também os técnicos da instituição. A primeira pessoa a atuar na função de guia foi Rita Araújo, esposa do artista e professor da UFC, Nearco Araújo. Posteriormente, assumiu o cargo Henrique Barroso que, após concluir o Curso de Museus do Museu Histórico Nacional em 1966, retorna à Fortaleza e se torna o primeiro museólogo do Mauc, permanecendo na instituição até 1991, quando se aposenta.

Nos anos que seguiram, o museu manteve a recepção de grupos e consagrou o modelo de “visitas guiadas”, a partir da atuação de “guias”. Em 1977, no âmbito da UFC, mas sem ligação direta com o seu museu, foi criada a Bolsa Trabalho Arte, iniciativa vinculada ao Departamento de Assuntos Culturais (DAC) do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e localmente gerenciada pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Extensão. O programa ofertou bolsas de incentivo à produção artística e dele participou Pedro Eymar Barbosa Costa, à época estudante de Arquitetura e Urbanismo da UFC e, posteriormente, professor do mesmo curso e diretor do Mauc de 1987 a 2018.

No final da década de 1980, destaca-se a criação da Oficina de Gravura e Papel Artesanal do Mauc, no qual a formação artística assume o primeiro plano, dando origem a toda uma geração de novos gravadores em Fortaleza. A atuação educativa da Oficina foi marcada pela experimentação e pela presença de estudantes da própria UFC e foi instalada a partir de parceria com a Secretaria de Cultura do Ceará (Secult-CE), com a coordenação do artista e professor Eduardo Eloy.

Nos anos 1990, após um processo de diminuição do quadro funcional, a responsabilidade pela recepção de grupos no museu ficou a cargo, principalmente, da direção. O Prof. Pedro Eymar realizava a recepção e mediação com os grupos, contando em algumas ocasiões com bolsistas de diferentes cursos. Esse panorama foi alterado a partir do ano 2000, com a integração do professor e fotógrafo Pedro Humberto Silva ao quadro técnico da instituição, que passou a receber os grupos infantis e a registrar por meio de fotografias o cotidiano do museu.

Ainda no panorama da recepção dos públicos, destacamos a atuação de Maria Júlia Ribeiro, secretária do Mauc e, a partir de 2008, a museóloga Graciele Karine Siqueira. Na ausência do diretor e do professor-fotógrafo, as servidoras assumiam a função de mediação nas visitações. Além disso, a reativação da Oficina de Gravura, reinaugurada e batizada em homenagem a Mestre Noza, em 2013, possibilitou a rearticulação da oferta regular de cursos, especialmente através da atuação do servidor e artista Francisco Bandeira, que desde então passou a oferecer regularmente cursos de Linoleogravura, isogravura e outras técnicas de gravação. Em 2018, em diversos momentos, a técnica em arquivos do Mauc, Auricelia França, também atuou na recepção de públicos, especialmente infantis.

Contudo, apesar de possuir dimensões educativas desde a sua criação, conforme é possível verificar no breve retrospecto apresentado, o Mauc só instituiu o seu Núcleo Educativo muito recentemente, em 2019. A ausência de um serviço educativo formalizado se relaciona a diversos fatores, dentre os quais a equipe reduzida de servidores(as) e as oscilações nas políticas de incentivo e valorização dos museus.

A implantação do Núcleo Educativo do Mauc

O Núcleo Educativo do Museu de Arte da UFC (NEMauc), implantado em 2019, é a instância pedagógica responsável pela realização das ações educativo-culturais do Museu de Arte da UFC (Mauc). Atua por meio de ações coordenadas com vistas à recepção e acolhimento de diferentes públicos, realizando visitas mediadas, oficinas, workshops, formações em Arte e em Museologia, dentre outras.

O Projeto de Implantação do Núcleo Educativo, elaborado em 2018 pelas servidoras Graciele Siqueira (museóloga-diretora) e Helem Cristina Ribeiro (administradora), foi construído a partir do diagnóstico institucional e da elaboração do Planejamento Estratégico da Unidade para 2019, consolidado em seu Plano Museológico e sintonizado com o Plano de Desenvolvimento Institucional da UFC, especialmente no Eixo de Cultura Artística/Esporte, objetivo 3.3: “Ampliar atividades culturais nos campi da UFC”.

O projeto estabelecia como objetivos do Educativo:

Geral

Implantar um serviço inovador de natureza educativa que contribua para o alcance da missão institucional do Mauc, situando-o como local de ensino-aprendizagem e atendendo aos mais variados públicos.

Específicos

  1. Promover o acesso ao conhecimento da história do Mauc e de seu acervo;
  2. Promover a comunicação do acervo do museu por meio de atividades educativas
    diversificadas;
  3. Difundir o conhecimento artístico por meio de canais virtuais de comunicação;
  4. Contribuir com a formação de educadores, alunos e pesquisadores;
  5. Estimular o público em geral a frequentar os espaços do museu.

Para a concretização do projeto, a Universidade Federal do Ceará, através de ações coordenadas entre Direção do Mauc e Reitoria, realizou concurso público para museólogo em 2018, contratando um profissional que iniciou suas atividades em fevereiro de 2019. Além disso, foram alocadas ao Museu 6 bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Inovação (PIBI), fomentadas pela Pró-Reitoria de Planejamento e Administração (PROPLAD). Com a equipe formada pelo profissional museólogo e bolsistas (dos cursos de História, Letras e Pedagogia), o Núcleo Educativo iniciou suas atividades em março de 2019.

O NEMauc possui como visão: “Ser uma instância educativa de excelência, inovadora e alinhada às perspectivas contemporâneas de diálogo e participação social, atenta à acessibilidade universal como um direito humano fundamental e ao acesso à arte e ao patrimônio como meios indispensáveis à construção de sociedades democráticas, fomentando o engajamento de públicos, sejam eles presenciais ou virtuais.”.

O Núcleo está estruturado a partir de programas e projetos, através dos quais atuam educadoras(es) por meio de bolsas, estágios obrigatórios e voluntariado. Além disso, possui um perfil específico nas redes sociais – uma conta no Instagram: @educativomauc – por meio da qual atua com ações educativas e culturais online.

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