História
As primeiras informações relativas à criação de uma Biblioteca no Museu de Arte da UFC, através da formação de um acervo bibliográfico, encontram-se numa correspondência de Lívio Xavier ao reitor Antônio Martins Filho, datada de 25 de janeiro de 1961. Lívio Xavier, técnico em educação ligado ao departamento de educação da UFC, encontrava-se na França realizando estudos ligados a museologia e representava oficialmente o Museu de arte da UFC no meio artístico europeu. Além dos estudos citados, tinha a missão de divulgar, através de exposições, as coleções de xilogravura popular e adquirir objetos de arte (reproduções mecânicas e gravuras), e coleções de diapositivos e livros.
Na correspondência acima referida, Lívio faz citações a um catálogo de livros da editora Skira, Aguilar e Espasa-Calpe. Em outra correspondência, datada de 10 de fevereiro de 1961, Lívio acusa o envio de uma lista de livros da editora Skira solicitando urgência no envio de importância suficiente para a aquisição. Por fim, em carta do dia 17 de junho de 1961, Lívio faz referência a remessa de material comprado em Madrid (livros e slides). São exemplos de títulos adquiridos nesse período: Etruscan painting (1962), Modern painting (1953) e Histoire de la peiture moderne, editora Albert Skira; Dominico Greco (1950), editora Espasa-Calpe e dois catálogos da UNESCO de reprodução de pinturas, datados de 1960 e 1961.
A ampla divulgação nacional e internacional dada ao MAUC por seus fundadores, proporcionou um largo intercâmbio com inúmeros centros culturais e editoras, promovendo uma expansão gradativa do acervo. Mais recentemente, edições decorrentes de leis de incentivo a cultura e encaminhadas ao MAUC como doação, contribuíram também de forma significativa e permanente para expansão deste acervo. Destacamos também a inserção, no acervo, da biblioteca de Jean Pierre Chabloz, com aproximadamente 3.000 exemplares, entre livros e revistas. Atualmente o acervo total da Biblioteca é constituído por aproximadamente 7000 exemplares, entre livros, catálogos de arte, periódicos, folhetos de cordel e material audiovisual.
Com a chegada de uma profissional da área da Biblioteconomia, em 2015, inicia um processo de organização de documentação para oficialização da Biblioteca do MAUC. Em 2016, a Biblioteca é oficialmente criada, através de resolução do Conselho Universitário, passando a fazer parte da estrutura organizacional da Biblioteca Universitária. Em maio de 2018, a Biblioteca do Museu de Arte é nomeada Biblioteca Floriano Teixeira, em homenagem ao primeiro diretor do Museu. A homenagem é devido à sua relação direta com a Universidade Federal do Ceará, em especial com o Museu de Arte.
Floriano Teixeira foi um pintor, desenhista, miniaturista, gravador e escultor autodidata. Esteve na Universidade Federal do Ceará de 1956 a 1965, inicialmente exercendo a função de desenhista e pesquisador e logo depois se tornando diretor do Museu de Arte, tendo um papel significativo na sua criação e divulgação no cenário local, nacional e internacional. Durante o período que permaneceu na Universidade contribuiu para aquisição de obras, promoveu exposições dentro e fora do Brasil com xilogravuras populares do Museu, além de trazer importantes artistas para expor no MAUC.
Dentro do contexto da Biblioteca, destacamos o intenso e dedicado trabalho de ilustração de livros. Foram dezenas de obras ilustradas, dentre os autores podemos citar: Jorge Amado, Graciliano Ramos, Zelia Gattai, Milton Dias, dentre vários outros. Dentre as obras ilustradas por Floriano com relação direta com o Ceará e com a Universidade Federal, destacamos a revista Clã (número 15) e os livros Sete Estrêlo, de Milton Dias e Sementes, de Rita de Cassia, todas publicações da Imprensa Universitária da UFC. Além da primeira edição da obra Pequena história do Ceará, de Raimundo Girão, publicada pela editora A. Batista Fontenele, em 1953. As obras citadas fazem parte do acervo da Biblioteca Floriano Teixeira.