Exposição 2018.11 – Mapas de um Mundo Ausente – 15/11/2018
IV Seminário internacional de artes e seus territórios sensíveis
O Seminário Internacional das Artes e seus Territórios Sensíveis faz parte da agenda de eventos do PPG da UFC, o qual tem como meta fortalecer as redes de pesquisa em artes em nível nacional e internacional. O tema do seminário deste ano se propõe a problematizar os territórios sensíveis da arte contemporânea, em suas diferentes linguagens, pela linha da descolonização do pensamento e do fazer em artes. Partindo de uma proposição de Conceição Evaristo “O esquecimento também dá sentido à história” (Histórias de leves enganos e parecenças) questionaremos o pensamento e a criação em artes na medida em que percebemos ausências, sobreposições e silenciamentos das fraturas sensíveis dos mundos do sul, do Brasil.
Como a arte foi uma forma de reimaginar mundos que foram devastados sobrepondo outros? Que territórios sensíveis de resistência, sobrevivência e criação foram gestados na diáspora de gentes que tiveram de traçar novos mapas para um mundo ainda ausente?
Nos últimos anos, esse tencionamento para uma reescrita por outras histórias das arte, por questionar os fios sensíveis do apagamento e do esquecimento em novas poéticas da criação e do pensamento em artes tem sido objeto de projetos culturais, curadorias e exposições no Brasil e no mundo. Uma nova geração de artistas têm questionado as fantasias coloniais que ainda insistem em se fazer presentes. Grupos historicamente desprivilegiados começam a adentrar os espaços de arte com seus processos criativos que fazem da arte a tessitura sensível um mapa das fraturas e pluralidades do mundo que vivemos e se lançam na imaginação de um mundo ainda ausente.
Tudo isso acompanha um mundo contemporâneo em que as diferentes linguagens artísticas se renovam com as novas tecnologias os novos formatos expositivos, a importância das redes sociais na montagem e resgate de arquivos e memórias silenciados. Por isso pensamos que o debate sobre a descolonização ganha com essa paisagem de inovações que permitem comunicar, interligar, construir pontes e ultrapassar fronteiras entra arte e vida, academia e comunidade.
Que diálogos possíveis se fazem pertinentes no cenário da arte contemporânea brasileira em um momento em que o dissenso entre as múltiplas vozes se torna cada vez mais efetivo? Este é um seminário integrado à uma exposição com trabalhos de discentes e egressos do PPGArtes, com o mesmo título, para questões que urgem sobre a permeabilidade de gestos e ações para o trabalho interminável de imaginação do mundo.
Pela primeira vez o seminário sai do seu formato mais acadêmico e se expande artisticamente com a exposição “Mapas de um mundo ausente” no Museu de Arte da UFC (MAUC), fundado em 1961. O diálogo que se inaugura com essa exposição daqui para frente diz da vontade coletiva de conectar as linhas do passado com o presente, de pensar o museu como esse lugar não apenas de acervo, mas de imaginação e invenção. Os trabalhos em exposição compõem um outro mapa, em que as fronteiras de linguagens muitas vezes se imiscuem para originar novos dispositivos sensíveis? fotografia e design, performance e pintura, entre outros, como arte de rua, vídeo, pintura, dança, escultura. Na arte se materializam fazeres criativos, se traçam os mapas dos mundos por vir.
Obras
Robson Levi – Terra Ausente
Naiana Magalhães – Sombra do Tempo
Felipe Acácio – O farol, a parede e o porto
Rui Figueiredo – Carvão para seus olhos tocarem
Thales Luz – Descampado
Aline Albuquerque – Fluxoresidência
Alíria Duarte – A mulher e | na cidade
Allyson Lemos – Meus 04 aninhos: uma experiência cinético visual
Andrea Rey – Na sua pele
Cecília Andrade – Inserções em GoogleMaps
Felipe Gonzáles Murillo – Tecno Viagem
George Henrique Almeida – Aloha ou Não é feira!
Gleydson Moreira – Corpo das horas
Janaína Bento – Com quantos traços se faz uma dança
Juliana Tavares – Apaga-se
Juliano Gadelha – Ovo Anticolonial
Junior Pimenta – O cola cadeados
Lilian do Rosário – Descolonizados
Sálvia Braga Pinheiro – Casa (Im)própria
Thiago Torres – Escritas Dançadas, Notas sobre os instantes que eu não consigo esquecer
Realização:
Programa de Pós-graduação em Artes – PPGArtes
Produção:
Grupo de Estudos Deleuze & Gatarri – GEDEG
Laboratório de Arte Contemporânea – LAC
Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Arte – LICCA
Laboratório de Pesquisa em Arte, Ciência e Tecnologia – actLAB