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Museu de Arte da UFC – Mauc

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Exposição 2007.4 – Uma Terra Onde Corre Leite e Mel – 23/04/07

Imagem com o título da exposição "Uma Terra onde Corre Leite e Mel" e fotografias variadas de Leonardo Malgarejo

A exposição “Uma Terra Onde Corre Leite e Mel” é um conjunto de imagens feito pelo fotógrafo Leonardo Melgarejo sobre o cotidiano de assentamentos e comunidades rurais do Ceará, os modos de vida tradicionais que essas comunidades ainda guardam, as tradições populares da cultura, seja na história oral ou nas músicas, danças e outras manifestações culturais.

Abaixo, apresentação da exposição, texto de Francisco Clesson (Superintendente do Incra):

“Transformar os assentamentos em éres produtivas e espaços de qualidade de Vida e preservação ambiental se constitui em diretriz programática do governo federal. Implica, portanto, dinamizar os assentamentos como espaços de transformação do ambiente, em uma perspectiva de desenvolvimento territorial. Nesta perspectiva, onde se articulam várias políticas e atores, a cultura assume dimensão estratégica para o desenvolvimentos e direito de cidadania. 

A superintendência Regional do INCRA no Ceará já vem tempos se caracterizando por ações inovadoras em várias áreas, tendo produzido diversas experiências que se tornam referências nacionais. É nesse contexto que se coloca o Projeto Arte e Cultura na Reforma Agrária. Incentivando e produzindo reflexões bem-sucedidas relativas ao desenvolvimento dos assentamentos, através da arte, da cultura e da educação, este projeto que já gerou, entre outros produtos, o livro A Arte e a Cultura na Construção da Reforma Agrária e o documento Terra e Cultura: Cultivando Cidadania e a parceria com o ENCINE no Projeto Cartas Verdes para um Mundo Melhor, apresenta agora a mostra de fotografia Uma Terra Onde Corre Leite e Mel.

Iniciativas como estas permitem um novo olhar sobre a reforma agrária, para além da dimensão econômica e produtiva, evidenciando a contribuição da arte, da criatividade popular e mesmo das brincadeiras que se mantêm ao longo de gerações, para o fortalecimento das comunidades e para o desenvolvimento socioeconômico das famílias e de seus ambientes, criando vínculos e reforçando identidades. 

Lançada no Salão Nacional dos Territórios em Brasília, integrando a Programação da IV Semana de Humanidades da Universidade Federal do Ceará, a exposição fotográfica Uma Terra Onde Corre Leite e Mel reúne 80 fotografias de Leonardo Melgarejo, tem um caráter itinerante e pretende percorrer diversos municípios do Ceará e de outros estados. 

Este trabalho contou com a inestimável parceria da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e é resultante da valiosa contribuição dos grupos culturais, artistas populares, associações e cooperativas dos assentamentos, movimentos sociais do campo, grupos de mulheres e de jovens, ONG’s, Pontos de Cultura Reis Assentados e Abrindo Velas, Pescando Culturas e de todas que apóiam, direta e indiretamente, esta caminhada.”

Crianças brincam nas nas dunas, folhas voam por cima delas e há sorrisos em seus rostos.

Silma Magalhães, Coordenadora do Projeto Arte e Cultura na Reforma Agrária, também apresenta o texto abaixo à cerca da exposição:

“A exposição integra as atividades Projeto Arte e Cultura na Reforma Agrária INCRA/CE e foi concebida inspirada na grande sabedoria dos povos indígenas e motivada pela evidência de que devem ser ampliados os espaços e instrumentos de visibilidade e de contato entra as populações do campo e das cidades. 

É o registro fotográfico de assentamentos do Ceará, localizados em sua maioria nos territórios do Sertão dos Inhamuns/Crateús e de Itapipoca, tendo como foco a arte e a cultura produzida e mantida por homens, mulheres, idosos, crianças, que vêm transformando terras improdutivas em lugares de moradia, trabalho e vida; onde renasce, floresce e se afirma como um dos seus frutos a cultura popular tradicional articulada com processos inovadores de educação do campo, bem como novas formas de convivência com o semi-árido.

Encontramos nessa caminhada uma produção cultural diversificada, que resiste e se renova aliando tradição e modernidade. São saberes e fazeres, celebrações, festas, grupos de teatro, danças, reisados, quintais agroecológicos, canteiros de plantas medicinais, bordados, rendas e poesias. Pulsa nessas comunidades, para além de suas dificuldades, a alegria de viver em comunhão, a beleza das trocas de saberes entre gerações, e uma força transformadora alimentada pela solidariedade, organização e sonhos coletivos. 

O título da exposição nos foi dado por dona Virgínia, 69 anos, assentada em Santana, Monsenhor Tabosa, que nos contou um pouco da vida, quando era agricultora sem-terra e andava pelo sertão com seus 10 filhos e ouviu do bispo Dom Fragoso que “a vontade de Deus era que todos buscassem a terra prometida” e que “se não desistissem, todos a alcançariam”. “A terra prometida, ele dizia, é um lugar onde corre leite e mel, um lugar onde a união do povo se dá pela partilha”. Completando, dona Virgínia disse: “É verdade, eu não tina nada, e hoje eu tenho tudo.” Trata-se de contribuição modesta, que se soma à ação cotidiana dos que lutaram e continuam a lutar pela realização da reforma agrária em nosso país e de uma homenagem in memorian a Don Fragoso, bispo de Crateús, que espalhou e cultivou pelos sertões os sonhos que animaram e animam milhares de pessoas na conquista da terra prometida.”

O ARTISTA Leonardo Melgarejo possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1976), mestrado em Economia Rural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1990) e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2000). Atualmente é professor colaborador do Mestrado Profissional em Agroecossistemas da UFSC e vice presidente da Associação Brasileira de Agroecologia para a região Sul. Tem experiência em agricultura, agroecologia, avaliação de bioriscos com OGMs, reforma agrária, desenvolvimento rural, extensão rural.

O MAUC – O Museu de Arte da UFC está situado na Av. da Universidade, 2854, Benfica, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Em sábados agendados, o museu abre para visitação com programação especial.

Mais informações sobre as atividades culturais do espaço podem ser encontradas no site do Mauc e nos perfis do Museu no Instagram e no Facebook.

Fonte: Museu de Arte da UFC – fones: (85) 3366 7481 e 3366 7480

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