Universidade Federal do Ceará
Museu de Arte da UFC – Mauc

A exposição A FORTALEZA DOS MODERNOS: OS ARQUITETOS PIONEIROS, acolhida pelo Museu de Arte da UFC, é resultado de um fragmento de uma pesquisa realizada desde 2006 pelos Professores Ricardo Paiva e Beatriz Diógenes sobre os itinerários profissionais de arquitetos de formação moderna que atuaram em Fortaleza.

O uso da palavra “fortaleza” se refere à força e ao poder desses arquitetos como pioneiros na disseminação da arquitetura moderna desde o final da década de 1950, com repercussões no campo projetual, profissional e no ensino, bem como às suas contribuições para modernização e para cultura material na capital cearense, traduzidas na “Fortaleza dos modernos”.

A exposição integra as comemorações dos 60 da criação do curso de Arquitetura e Urbanismo e dos 70 anos da UFC.

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A (F)fortaleza dos arquitetos!
A exposição “A FORTALEZA DOS MODERNOS: OS ARQUITETOS PIONEIROS”, acolhida pelo Museu de Arte da UFC, é resultado de um fragmento de uma pesquisa realizada desde 2006 pelos Professores Ricardo Paiva e Beatriz Diógenes sobre os itinerários profissionais de arquitetos de formação moderna que atuaram em Fortaleza.

O uso da palavra “fortaleza” se refere à força e ao poder desses arquitetos como pioneiros na disseminação da arquitetura moderna desde o final da década de 1950, com repercussões no campo projetual, profissional e no ensino, bem como às suas contribuições para modernização e para cultura material na capital cearense, traduzidas na “Fortaleza dos modernos”.

Derivada do termo francês “pionnier”, que surgiu no século XVI, a palavra pioneiro tem o seu significado inicial associado ao contexto militar e à expansão territorial, referindo-se aos soldados encarregados de preparar o terreno para o avanço de um exército, responsabilizando-se pela construção de caminhos, pontes e outras infraestruturas.

Por analogia, a Exposição pretende sublinhar, por meio de linhas do tempo, a ação pioneira de uma arquiteta (Nicia Bormann) e cinco arquitetos (Eneas Botelho, Ivan Britto, José Armando Farias, José Neudson Braga e José Liberal de Castro) em relação à abertura e ao desbravamento dos caminhos da arquitetura moderna em Fortaleza. As atuações convergentes e divergentes dessas figuras contribuíram metaforicamente e literalmente para inaugurar campos inexplorados, por meio de atuações precursoras e formas inovadoras de pensamento e produção de conhecimento sobre a arquitetura e seu ensino-aprendizagem, a cidade e o projeto, repercutindo significativamente até hoje no ofício e na cultura arquitetônica no Ceará e alhures.

O tributo a esses pioneiros se impõe como um desafio contínuo, qual seja: proceder a uma revisão historiográfica que, simultaneamente, celebre as suas trajetórias e memórias e, nas fissuras, busque contradições e apagamentos diante das circunstâncias históricas e sociais (econômicas, políticas e simbólicas) das suas inserções. Aliás, a inclusão da arquiteta Nicia Bormann como pioneira emergiu de incitações do Prof. Clévio Rabelo e de reinterpretações de fontes primárias e resultaram em uma justa reparação ao papel destacado de Nicia na arquitetura moderna em Fortaleza, permitindo estabelecer outros caminhos e narrativas, descontruindo algumas convicções supostamente cristalizadas.

Adverte-se que a mostra é uma síntese, pois as digressões desses profissionais não cabem dentro de uma única exposição! Os recortes temático, espacial e temporal foram guiados por escolhas que implicaram exclusões conscientes, mas que não desvalorizam outros personagens importantes de várias gerações de arquitetos de formação moderna. A ênfase conferida à jornada do arquiteto José Armando Farias se justifica pela disponibilidade do acervo, muito bem conservado pela família após sua morte precoce, em 1974. Essa homenagem é justa e necessária!

A curadoria, produção e montagem da Exposição envolveram um trabalho coletivo de docentes, discentes dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design, técnicos da UFC, o IAB-CE, além de familiares dos arquitetos. A organização da exposição permitiu ainda a articulação entre pesquisa, ensino e extensão, suscitando diversas discussões no campo do projeto, da teoria e crítica, da história e historiografia. Destaca-se ainda a importância do debate sobre a documentação e conservação dos acervos dos arquitetos e das instituições e do patrimônio cultural edificado a eles associados, em um contexto crescente de ameaças e destruição de bens culturais.

Por fim, a realização da Exposição, afortunadamente e propositadamente, coincide com as atividades de festejo dos 60 anos da Escola de Arquitetura, agora Instituto de Arquitetura e Urbanismo e Design (IAUD), e dos 70 anos da Universidade Federal do Ceará, ambas tributárias do pioneirismo desses arquitetos que, em suas travessias, pavimentaram e fortaleceram, material e imaterialmente, não só a Universidade, mas também o ambiente construído no Ceará. Viva esse legado!

Entretanto, a reflexão permanece: Qual a (f)Fortaleza dos arquitetos no presente e no futuro?

Ricardo Paiva
Curador

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A Exposição BENFICA 2890 faz parte das ações de comemoração aos 60 anos do curso de Arquitetura e Urbanismo, englobando todos os membros do Instituto de Arquitetura e Urbanismo e Design, como parte das comemorações dos 70 anos da Universidade Federal do Ceará. Apresentando obras de Artes visuais, Design gráfico e Design de produto, realizadas por professores efetivos e/ou alunos já graduados no Departamento de Arquitetura e Urbanismo e Design. Também serão expostas as publicações realizadas pelos mesmos. Sob a curadoria de Andréa Dall’Olio, este evento celebra não apenas a rica história e as contribuições significativas do curso de Arquitetura e Urbanismo, mas também do curso de Design, uma vez que os dois cursos integram o Instituto de Arquitetura e Urbanismo e Design da Universidade Federal do Ceará.

SERVIÇO
Abertura das exposições “A Fortaleza dos modernos: os arquitetos pioneiros” e “Benfica 2890”
Local: Museu de Arte da UFC – MAUC/UFC
Data: 12/12/2024
Horário: 16:00 às 19:00 horas
Endereço: Avenida da Universidade, 2854 – Benfica