Exposição “Um encontro” em cartaz no Mauc
Data da publicação: 16 de novembro de 2021 Categoria: Abertura de Exposição, Exposição, NotíciasNessa exposição a perspectiva do encontro tem origem na memória e se potencializa no desejo de estar junto, renovando laços de convivência do passado no viver presente. Reúne quatro artistas: Emília Porto, Vando Figueredo, Mano Alencar e A. Rocha. Todos reconhecidos em suas trajetórias decidem apresentar produções elaboradas no período de isolamento em que o desafio foi buscar novas conexões de arte e vida.
No que toca a memória esse encontro começa na década de 1990, quando a cena artística local é marcada por grupos experimentais e espaços de criação que moldavam a produção dos artistas e os circuitos expositivos da cidade. Assim foi o Espaço Soho de Artes Plásticas, fundado por Emília Porto em Fortaleza, após sua atuação em São Paulo. O Soho além de galeria, promovia cursos e aproximava artistas, originando o Grupo Soho, formado por Emília, Vando e Mano. A. Rocha também fez parte dessa geração, atuando juntos em exposições coletivas.
A vocação pela pintura o elo desse grupo que nesse encontro bonito e nada casual reafirma essa vontade apresentando as linguagens visuais as quais se dedicam. Emília Porto traz a pintora e a ceramista, papéis complementares da artista que estudou e aprimorou a técnica da cerâmica em São Paulo com a referenciada professora (X). Experiência que lhe rendeu o pioneirismo da difusão da cerâmica artística em fortaleza, aqui representada por um conjunto de peças vitrificadas e rústicas, cozidas em altas temperaturas. Na pintura Emília traz, A Invenção de São Francisco, uma iconografia do santo mais popular do Brasil que reafirma seu caráter simbólico na construção de imagens marcadas pelo caráter expressionista dessa artista que oferece ao santo feições, cores, signos e emoções diversas, sendo, portanto, mais que recriação – uma invenção. Vando Figueiredo em sua trajetória vem se dedicando à uma produção aproximada ao caráter livre e experimental da pintura dos anos 1980 que transcende o gesto tradicional de pintar em uma construção matérica da imagem, levando para as telas além de tinta, recortes de papeis, revistas e outros materiais. Vando traz um corpo de trabalhos recentes que em sua maioria mostram uma narrativa do feminino, recriada a partir dos nus das musas modernas de Modigliani em diálogo com a ícone da Diva Pop, Amy Wynehouse.
Outras narrativas de mulheres se ampliam em cenas do cotidiano, capturadas no frescor do momento ou durante viagens no exterior com gestos rápidos e cores em alto contraste. Mano Alencar construiu uma linguagem gestual energética de pinceladas fartas e cores luminosas. Das vertentes do informalismo se identifica com o Expressionismo Abstrato de Pollock e De Kooning. Sem dúvida o gestual performático dessa vanguarda atua na pintura de Mano, mas como um contemporâneo sua produção dialoga com seu tempo e a paixão por Fortaleza.
Nesse conjunto de obras recupera o gesto infantil de tracejar e borrar uma caligrafia ingênua, evocando figuras entre manchas e cores. O que surge é uma ritmada paisagem da memória, habitada por corações, pelo violão e o fusca verde do artista, entre signos da paisagem de Fortaleza mapeada nos em seus trajetos de bicicleta, misturando tempo, lugar e memória.
Esse recorte revela quatro trajetórias das artes visuais do Ceará, que expandem fronteiras nacionais, consolidadas pelo emprenho, pela busca por qualidade e vale ressaltar – pela resistência de ser e permanecer artista no contexto cultural brasileiro.
Fonte: os artistas
SERVIÇO
Exposição “Um encontro”
Coletiva de Emília Porto, Vando Figueiredo, Mano Alencar e A. Rocha.
Abertura: 17 de novembro, das 17 às 20 hs
Em cartaz no Mauc até 23 de dezembro de 2021
Mauc – Funcionamento
De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h
Av. da Universidade, 2854 – Benfica
Aberto ao público | Entrada gratuita
Contato: (85) 3366-7481 / mauc@ufc.br