Exposição 1970.01 – Tapeçarias de Eila – 22/10/1970
(Transcrito do Folder)
As tapeçarias reunidas pelo Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, nesta exposição que hoje é oferecida ao público de Fortaleza, constituem uma sugestiva amostra dos vigorosos recursos plásticos de que se serve o talento de uma grande artista e revelam a sua técnica esmerada em um gênero cujas características artesanais revestem, como forma e meio de expressão, uma das mais ricas manifestações da criação artística.
Finlandesa de nascimento, EILA habituou-se desde a infância, até vir radicar-se no Brasil, à presença constante dos teares manuais, utilizados para a produção doméstica de vestuários e agasalhos que os rigores do inverno do Norte exigiam. Trazidas para o Brasil pelos imigrantes finlandeses que aqui se fixaram há algumas décadas, as técnicas de construção e operação daqueles instrumentos foram por êles empregadas amplamente na confecção de tecidos grossos e tapêtes, processos a que recorre e dos quais se utiliza a artista, com grande habilidade, convenientemente adaptados às exigências do seu trabalho e à sua sensibilidade criadora.
Suas tapeçarias distinguem-se por feição expressivamente brasileira, predominando figuras, cidades antigas, baianas, igrejas, crianças, flôres, pássaros, animais, onde desponta um desenho sóbrio, com belas combinações de côres, animado por um delicado humor.
Até 1963 EILA dedicava-se à pintura a óleo, tendo recebido nessa fase da sua atividade artística a orientação de Portinari.
O ano de 1970 registrou grande operosidade da artista. Convidada pela Prefeitura Municipal e pelo Rotary Clube de Resende, expôs as suas tapeçarias naquela cidade. Expôs, a convite da Secretaria de Turismo do Govêrno da Guanabara no Ministério da Educação. Representou o Brasil, por indicação do Itamaraty, na Expo-70, em Osaka, Japão. Completando êsse ciclo de mostras, realizou duas exposições individuais, nas Galerias Montmartre Jorge, no Rio, e Portal, em São Paulo, as quais lhe valeram os mais lisonjeiros pronunciamentos da crítica especializada e de importantes revistas brasileiras que lhe dedicaram amplos espaços e registros destacados.
EILA dispensa especial carinho aos tipos e coisas do Nordeste. Aproveitando viagem de estudos que empreendeu por algumas capitais do Norte e do Nordeste brasileiros, aceitou o convite da direção do MAUC para esta apresentação.
O Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará sente-se feliz em poder proporcionar esta oportunidade incomum ao público cearense, que saberá, certamente, admirar as belas tapeçarias que são hoje entregues ao seu bom gôsto e à sua sensibilidade.
Fortaleza, outubro de 1970
Zuleide Martins de Menezes
Diretora do MAUC
Catálogo
1. Porta e janela – 90×80
2. Borboletas – 80×135
3. Bailarina – 60×130
4. Flôres IV – 105×130
5. Girassol IV – 70×105
6. Igreja de São Francisco da Barra – 85×130
7. Pescadores – 130×120
8. Cerâmica de Maragogipe – 130×70
9. Sobradinho – 70×60
10. Flôres V – 80×130
11. Corte de cana – 140×80
12. Sacada – 80×130
13. Vista de Olinda – 105×105
14. Paisagem de Parati – 190×80
15. Ouro Prêto marrom – 180×80
16. Casas Coloniais I – 120×80
17. Quatro Girassóis – 130×145
18. Ouro Prêto grande – 330×170
19. Largo do Boticário – 130×180
20. Nossa Senhora das Flôres – 95×170
21. Flôres I – 80×130 *
22. Largo do Boticário, grande – 300×170
23. Pulando Corda – 80×75