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Museu de Arte da UFC – Mauc

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Exposição 2006.05 – Francisco de Almeida-Xilogravuras – 27/04/2006

 Artista homenageado pelo 57º Salão de Abril

A Prefeitura Municipal de Fortaleza, através de sua Fundação de Cultura Esporte e Turismo (Funcet), incluiu no corpo das atividades vinculadas ao Salão de Abril, edição 2006, uma homenagem especial e oportuna ao artista plástico cearense Francisco de Almeida. Mais significativo ainda tornou-se o evento, a partir da iniciativa de construí-lo através de uma mostra da produção do artista.Desse modo, presta-se uma homenagem a um dos mais destacados artistas cearenses da atualidade, ao mesmo tempo em que são abertas ao público de Fortaleza, aos amantes da arte e, especialmente, aos pesquisadores da criação xilográfica, as oportunidades do encontro com uma produção artística que vem realizando-se numa escala de conteúdo experimental e poético surpreendentes.

Sensíveis, também, à história artística do homenageado, acordaram os idealizadores da homenagem que a mostra viesse a ser realizada nos espaços do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, referência significativa, em Fortaleza, para Francisco de Almeida na sua ascensão progressiva de conquista de linguagens, na permanente construção de sua expressão artística. Foi o artista ainda mais longe no coroamento dessa homenagem. Tomado de afeto pela causa artística e pela terra cearense, resolveu doar à comunidade artística local os trabalhos dessa exposição, escolhendo a Universidade Federal do Ceará e o seu Museu para, a partir de agora, representá-los.

Pouco mais de uma década constitui a trilha que se estende entre os primeiros caminhos percorridos por Francisco de Almeida em sua terra natal, Crateús, sua passagem pelas oficinas do Mauc e sua participação nacional, em 2005, no Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Nos primeiros tempos, sua meta era a pintura e orientava-se numa procura temática de figuras humanas e paisagens que se esvaía na instabilidade das mesclas do óleo, na ânsia errante das pinceladas sobrepostas ao desenho cujo poder figurativo apenas anunciava a intenção focal dos futuros temas. Em seguida, já no Mauc, uma fase intermediária de estudos: desenhos a carvão, retratos a pastel seco e a pastel óleo. Finalmente, a gravura pôs ordem na casa. Francisco de Almeida descobre sua natureza de gravador que começa pelo prazer do entalhe, pela obstinada e intimista luta contra a resistência das fibras, pela inesgotável energia e disposição do impressor. Desenho e pintura foram então submetidos à hierarquia da produção da gravura. O desenho anunciando o rastro das goivas e a escala incomum de suas pranchas. A entintagem das matrizes tornou-se pintura, provindo daí as matrizes objetos, as matrizes pintadas. O trato com essas matrizes; seus infinitos efeitos de gravação, entintagem e impressão; sua permanente reutilização e arranjos vão fazer de Francisco de Almeida um pesquisador-artesão, um gravador por excelência. Estabilizando-se na gravura, dominando o espaço e o tempo da gravação, Francisco de Almeida atinge uma exaltação de psiquismo de tal ordem que faz jorrar um redemoinho de imagens poéticas, soprado pela movimentação inquiridora de sua alma em torno do imaginário denso de suas vivências. Matrizes e estampas estão expostas nessa exposição para deleite e conhecimento públicos. Em nome do Instituto de Cultura e Arte e do Mauc, agradecemos aos promotores desse evento a oportunidade da participação e, ao artista, o carinho e a confiança manifestada nesta histórica doação.

Pedro Eymar Barbosa Costa
Diretor do MAUC

 

 

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Curso de Artes Plásticas – CEFET – CE

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