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Museu de Arte da UFC – Mauc

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Exposição 2019.13 – 100 Estrigas: Um artista cidadão – 19/09/2019

O apelido que Nilo de Brito Firmeza (1919/ 2014) ganhou no Liceu do Ceará, era um “bullying” antecipatório da condição de ‘bruxo’. Comparavam-no a Strighini, um “fortão”, artista de circo , de passagem por Fortaleza. Streghe, quer dizer bruxo, em italiano. Ele seria o bruxo do Mondubim.

Não fugiu da cobrança familiar e se graduou em Odontologia. Manteve o pequeno consultório, anexo ao atelier, no sítio do Mondubim, às margens da Via Férrea, por onde hoje circula o Metrofor. Foi uma estratégia para vir a fazer arte.

Enturmou-se com os que queriam a ruptura com o academicismo e revolucionar a arte cearense. Este grupo envolvia Antônio Bandeira, Aldemir Martins, e outros. Estrigas leu muito e formou uma cultura humanista, que privilegiava a Filosofia,e, dentro desta, a Estética. Sua biblioteca, deu a base para o mergulho que daria.

A Sociedade Cearense de Belas Artes antecipou a SCAP, com seus cursos livres, suas incursões por Fortaleza, para uma pintura ao ar livre e esta troca de experiências resultou na ida dos mais afoitos, para os grandes centros. Ele ficaria para mostrar que o amor pela Maria de Castro, a Nice, do Aracati, também das hostes da SCAP, duraria a vida inteira.

Casaram e se fixaram no sítio do Mondubim. A saída da cidade antecipava uma atitude de comunhão com a natureza e uma fuga das futricas do meio artístico. Fundaram na casa onde viviam, em 1969, o Minimuseu Firmeza. Era um discreto e poderoso centro de irradiação da arte.

Estrigas assumiu vários papéis durante a vida longa que teve: pintou, desenhou, fez aquarelas, poesia, crítica de arte, biografias, e estimulou carreiras de jovens artistas.

Tinha consciência do papel das artes e optava pelo coletivo, vendo a História como processo. Deixou-nos um legado como artista e historiador da arte. Como cidadão, nos deixou a sensibilidade da série “Humilhados e Ofendidos”, um manifesto estético e político. Antenado, estava à frente do seu tempo. Generoso, era discreto, também na dádiva, e não constrangia àqueles a quem ajudava. Foi um grande homem, capaz de fazer uma grande arte.

Gilmar de Carvalho

Créditos

Agradecimentos aos amigos, familiares, e colecionadores de arte que emprestaram os trabalhos para esta exposição, à TV Assembleia e ao INESP.

Coordenação
Graciele Siqueira

Curadoria e Textos
Gilmar de Carvalho

Projeto Expográfico
Graciele Siqueira e Gilmar de Carvalho

Projeto Gráfico e Visual
Talita Késsia

Fotografias
Francisco Sousa

Fotografias Mauc
Rômulo Santos

Educativo e Palestras
Saulo Moreno Rocha

Apoio logístico
Carolina Vieira
Galeria Multiarte

Apoio operacional
Equipe Mauc
Prefeitura Benfica

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