Exposição 2021.6 – Infância Refugiada – 03/11/21
A exposição “Infância Refugiada”, com fotos de crianças palestinas em campos de refugiados na Turquia, Líbano e Síria tiradas pela brasileira Karine Garcez, estará em cartaz no Mauc a partir do dia 03 de novembro.
Resultado de uma viagem feita por Karine em 2014 e 2015 para Síria, Líbano e Turquia, pela ONG humanitária holandesa Al Wafaa Campaign, onde captou as expressões de crianças e adolescentes palestinos que viviam nos campos de refugiados “Infância Refugiada” busca suscitar o diálogo da diversidade e tolerância inter-religiosa, dos direitos de crianças e adolescentes para nível local e nos imputa um importante desafio: instigar através desse produto cultural como a diversidade dos problemas globais são também locais , sobre o que nos une e nos difere, sobre os direitos conquistados e negados.
Karine Garcez é cearense, nascida na cidade de Redenção, formada em Relações Internacionais e convertida ao islamismo desde os 33 anos. Para ela “as crianças, principais vítimas da miséria humana, nos dão sorrisos, vida, esperança no futuro. Nos mostram que por trás das marcas da guerra e das suas expressões de adulto forçadamente carregadas em seus rostos, há inocência, ainda são crianças”.
“Infância Refugiada” foi exposta pela primeira vez no Museu da Imagem e do Som (MIS) do Ceará e já passou por várias instituições, como o Museu da Imigração em São Paulo. De volta ao Ceará, a exposição fotográfica abrirá na próxima quarta-feira (3) e ficará em cartaz pela última vez por dois meses no Mauc. Todas as fotos da exposição estarão à venda para financiar um novo projeto de Garcez de pesquisa em fotografia e cinema, que tem como tema a infância dos refugiados ambientais no Sertão Nordestino.
Abaixo o release da exposição:
Refugiados
O conflito na Síria já gerou 4,9 milhões de refugiados, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados – ACNUR. Fora dessas estatísticas estão os refugiados Palestinos/Sírios, que são palestinos refugiados na Síria, devido ao conflito em seu país, do qual não têm direito de retorno.
Em números, 3,5 milhões de crianças em situação de refugio estão fora da escola, segundo o relatório, sendo a maior parte localizada em países como Chade, República Democrática do Congo, Etiópia, Quênia, Líbano, Paquistão e Turquia.
Minha Trajetória
Convertida ao islã, meu primeiro contato com o Oriente Médio foi em visita à Arábia Saudita, lá cumpri o Haji, a peregrinação em torno da kaaba, repetindo passos dos profetas Adão, Abraão e Mohamed, um dos pilares de nossa fé. A vontade que senti de “congelar o instante”, quando vi 5 milhões de pessoas, de diversas culturas em torno de um único sentimento me despertou para a fotografia.
Em 2012 fui à Faixa de Gaza, onde tive minhas primeiras aulas de fotografia. Em 2014 e 2013 viajei para Síria, Líbano e Turquia, desta vez com um pouco mais de conhecimento na arte da fotografia, mais que isso, o conhecimento da cultura local, importante para que possamos ter mais possibilidade de trabalho. Isso me fez refletir sobre como o Oriente Médio é representado pela espetacularização midiática. E, consequentemente, os refugiados também são alvos dessa abordagem.
Um Outro Olhar
As crianças, principais vítimas da miséria humana, nos dão sorrisos, vida, esperança no futuro. Nos mostram que por detrás das marcas da guerra e das suas expressões de adulto forçadamente carregadas em seus rostos, há inocência, ainda são crianças. Meu desejo era unir meu conhecimento de Relações Internacionais, fotografia e da cultura desses povos, e denunciar o drama vivido pelos pequenos refugiados. Com o apoio dado pela Al Wafaa Campaing para as viagens, tive acesso a lugares onde até mesmo Organismos Internacionais não chegam. Fotografar é escrever com a luz. Que esse olhar sobre as crianças, expressões de amor, lance luz sobre a questão dos refugiados e a leve aonde merece ser discutido: no peito de cada um de nós.
Acervo:
O acervo da exposição pode ser visualizado no seguinte álbum, na plataforma Flickr:
A Artista – Fotógrafa documental, ligada à luta internacionalista por justiça social,trabalhou em campos de refugiados do Oriente Médio. Retratou as crianças e montou a campanha Infância Refugiada, destinada a levantar fundos para a educação de meninas e meninos expatriados. Estudante de Relações Internacionais, é representante no Brasil da ONG holandesa de ajuda humanitária Al-Wafaa Campaing.
O MAUC – O Museu de Arte da UFC está situado na Av. da Universidade, 2854, Benfica, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Em sábados agendados, o museu abre para visitação com programação especial.
Mais informações sobre as atividades culturais do espaço podem ser encontradas no site do MAUC e nos perfis do Museu no Instagram e no Facebook.
Fonte: Museu de Arte da UFC – fones: (85) 3366 7481 e 3366 7480