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Museu de Arte da UFC – Mauc

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2019.04 O processo de musealização de um bem cultural

Você é do tipo que gosta de apreciar os itens que pertencem ao acervo artístico-cultural de um museu? Você sabe que trajetória eles percorreram para ter seu espaço nesses ambientes?

Um item só passa a pertencer ao acervo de um museu após seu processo de musealização. Um dos fatores que contribui para esse processo é o contexto sociocultural ao qual ele esteve inserido e que, em grande medida possibilita a sua seleção para compor uma coleção.

Reprodução: Ares Soares/Biblioteca de Acervos Especiais – UNIFOR

Uma excelente dica para conhecer as etapas desse processo é a dissertação “Esboços de uma biografia de musealização: O caso da Jangada Libertadora”, de autoria do museólogo Saulo Moreno Rocha, mais novo integrante da nossa equipe.

Nesta obra você conhecerá o processo de musealização da Jangada Libertadora, desde o contexto pré-museal que fundamentou sua individualização enquanto bem cultural de valor diferencial até as múltiplas apropriações das quais foi objeto por sujeitos de diferentes círculos sociais.

A Jangada Libertadora tornou-se o símbolo da luta pela libertação dos escravizados no Ceará, iniciada na década de 1870. Seu proprietário era Francisco José do Nascimento, mais conhecido de todos como “Dragão do Mar”, título que recebeu no período da campanha abolicionista, da qual participou ativamente.

Esse importante movimento abolicionista contou com a participação de pessoas de vários segmentos da sociedade cearense e de outros pontos do Brasil. Os jangadeiros foram protagonistas de um acontecimento relevante em tal momento: o trancamento do Porto de Fortaleza ao embarque de escravizados, em 1881, conhecido como greves dos jangadeiros, representou importante marco no processo de luta pela abolição no Ceará e no Brasil.

Em 25 de março de 1884, os defensores dessa causa tão nobre viveram seu momento de glória: enfim, o Ceará declarava-se livre da escravidão.

Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar (1839-1914)

O trabalho foi defendido em 2018, no Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio (PPG-PMUS) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Museu de Astronomia e Ciências Afins, sob a orientação do Prof. Dr. Ivan Coelho de Sá.

Saulo Moreno Rocha é bacharel em Museologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mestre em Museologia e Patrimônio pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST). Atua como museólogo do Museu de Arte da UFC (MAUC) desde fevereiro de 2019.

Acesse a dissertação de Saulo Moreno na íntegra e conheça todos os detalhes desse fato histórico que transformou a jangada, meio de transporte usado nas lides do mar, em um bem cultural musealizado, eternizando, assim, a história da luta pela libertação da população escravizada. Acesse clicando aqui a versão digital. Vale a pena conferir!!!

 

Por Carlizeth Campos, Assistente Administrativa do Mauc.

24/04/2019

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