2019.11 – Redenção conta com um museu que eternizou a história da escravidão no Ceará
A escravidão deixou marcas profundas na alma de milhares de negros que foram arrancados de sua terra natal para trabalharem no Brasil em condições subumanas em canaviais, minas de ouro ou na construção de edificações urbanas.
Aglomerados no porão dos navios negreiros numa viagem que durava de 30 a 60 dias, os negros enfrentavam muitas privações, além da angústia e solidão causadas pela ideia de terem deixado sua terra natal para irem para um lugar desconhecido, longe de seu povo e de sua cultura.
Ao chegarem ao Brasil, tinham como moradia a senzala, um lugar pequeno, escuro e sem o mínimo conforto, de onde saíam apenas para trabalhar.
Antes do amanhecer já estavam de pé para começar sua peleja diária, que encerrava-se ao anoitecer.
Alimentavam-se uma vez por dia dos restos que sobravam das refeições dos seus senhores.
Muitos deles não resistiam a esse ritmo de vida, chegando a óbito; outros aguardavam o melhor momento para fugir da casa grande.
Quando falhavam em sua tentativa de fuga, seus senhores adotavam como punição as formas mais cruéis de castigo.
Um dos locais que registram esse período da história do nosso País é o Museu Senzala Negro Liberto, localizado no município cearense de Redenção. O Museu abriga a senzala, a casa grande e o engenho de açúcar.
Ao contemplar a arquitetura do lugar e ouvir as histórias que são contadas durante a visita guiada, o visitante se depara com a mesma atmosfera vivida pelos escravos do século XIX que trabalharam ali.
Ele também tem a oportunidade de conhecer os instrumentos de tortura que eram utilizados pelos senhores para punir os escravos desobedientes.
O Museu Senzala Negro Liberto abre suas portas para os mais variados públicos de segunda a domingo, das 8h às 17h. Agende sua visita e viva a emoção de conhecer de perto o ambiente onde os negros africanos foram protagonistas de uma triste história que durou mais de três séculos. Maiores informações: (85) 3332-1116, 99987-6604 e 98796-6810.
Por Carlizeth Campos, com a colaboração de Kathleen Silveira (seleção de imagens), ambas Assistentes Administrativas do Mauc.