2021.02 – Superprodução cinematográfica nacional de 1979 traz às telinhas outro romance indianista de José de Alencar
Depois de conversarmos um pouquinho no post da semana passada sobre todas as emoções da obra alencarina “O Guarani”, chegou a vez de falarmos de outra obra deste brilhante autor, intitulada “Iracema”.
Descansando à sombra de uma oiticica, uma bela índia do Brasil do século XVI empluma as flechas de seu arco com penas de uma ave da floresta.
Um rumor suspeito quebra a doce harmonia desse descanso. Ao levantar os olhos, a jovem índia descobre que um guerreiro branco está de todo a contemplá-la. Imediatamente ela dispara contra ele uma flecha, que o fere gravemente.
Percebendo a aflição estampada no rosto do guerreiro, a jovem índia conclui que agiu precipitadamente ferindo um homem inocente. Solta o arco e corre ao seu encontro para cuidar do ferimento, levando-o em seguida para a sua tribo, onde é bem recebido pelo pajé Araquém.
Consagrada ao deus Tupã, a virgem Iracema tem a missão de guardar o segredo da jurema, um licor sagrado que leva os índios tabajaras ao êxtase. Martim, o guerreiro branco, toma um pouquinho do licor e, em sonho, entrega-se intensamente ao amor que sente por Iracema.
Dominada pelo mesmo sentimento, a índia tabajara rende-se a ele durante o efeito do licor, traindo o deus Tupã e sua tribo.
Ao descobrir o que ela fez, toda a tribo tabajara sai em seu encontro para matá-la.
Com a ajuda do índio pitiguara Poti, o casal consegue fugir. Os índios tabajaras descobrem onde eles estão e inicia-se uma guerra. Os índios pitiguaras saem vitoriosos.
O casal refugia-se no litoral, onde Martim constrói uma cabana. Longe das terras dos tabajaras, Iracema sente-se muito sozinha, pois Martim está sempre ausente, envolvido em expedições pela costa litorânea a mando do Governo português ou em guerras ao lado de Poti. Será que ele voltará a tempo de ver seu filho nascer?
Publicada em 1865, esta fascinante obra de José de Alencar engrandece a imagem do índio brasileiro na figura de Iracema. Todos os elementos da primeira fase do Romantismo brasileiro estão presentes nesta obra, que é considerada um poema em prosa pelo lirismo amoroso que o autor dá à narrativa.
O filme “Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel” é uma adaptação da obra para o cinema. Produzido em 1979, possui a mesma ordem cronólogica do livro, com cenas que tentam expressar a cultura indígena da época e os conflitos causados por causa do intenso relacionamento amoroso que uniu, em um só coração, duas vidas de culturas bem diferentes. Reserve parte do seu precioso tempo neste final de semana para curtir cada minuto desta superprodução nacional e verificar as semelhanças e diferenças existentes entre a obra alencarina e a adaptação cinematográfica de Carlos Coimbra. Atores principais: Carlos Koppa (Araquém), Helena Ramos (Iracema) e Tony Correia (Martin), entre outros.
Filme disponível em sites de entretenimento. Verifique a classificação indicativa.
Por Carlizeth Campos
Assistente em administração