Úrsula Nóbrega
Sobre a artista: Úrsula Nóbrega é cearense, nascida na cidade de Mauriti. Cursou Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Ceará. Atualmente, está como servidora pública do município de Sobral. Cursa mestrado em Ciências Geográfica pela Universidade Estadual Vale do Acaraú e possui pós-graduação em gestão ambiental. As artes são uma paixão desde a infância. A maioria dos trabalhos desenvolvidos são realizados utilizando giz pastel e nanquim.
Sobre a produção: “Imagem 1. Rotina sem horas (Giz pastel sobre papel sulfite, 21 x 27,94 cm 2020). Enfrentamos um momento único. O medo e a incerteza permeiam as nossas mentes ao dormir e ao despertar. Lutar contra o inimigo invisível, contraditoriamente, é para a grande maioria, ficar em casa. Então, vamos à luta, amaciados pelo edredom e temerosos pela chegada do pesadelo mais comum. É tempo de parar sem culpa. Relaxemos! Vamos sentir a chuva, deixa o sono vir, apreciemos juntos o ócio, e sonhos bons irão fluir. A obra retrata a figura de uma pessoa deitada com os olhos abertos, porém sonolentos referindo-se ao estado da maioria das pessoas atualmente. Temos tempo para relaxar, estamos em casa, mas o medo nos rodeia e o ócio nos desmonta em uma rotina sem horas. Imagem 2. Encarar-se (Giz pastel sobre papel sulfite, 27,94 x 40 cm, 2020). Encarar-se por vezes parece simples, mas na prática pode ser assombroso. Confinados em casa, muitos se deparam com seus monstros e piores pesadelos. Temos tempo para exercitar o eu, mas quão difícil é encarar-se sem fuga. Fria e pálida realidade do eu sem filtro, sem rua, sem apreciações, sem julgamentos, isto é, o eu sem o outro. A obra retrata a figura de um homem de olhos baixos, sem expressão. A figura enigmática representa o interior de muitas pessoas. Por quanto tempo só olhamos para fora com medo do que podemos encontrar lá dentro. Essa pode retratar a razão do confinamento ser, para muitos, um grande tormento. Imagem 3. Papel (Nanquim sobre papel com edição digital, 59,4 x 84,1 cm, 20202). Acabou o papel, Brasil! Disseram: Quem coloca, tira. Falei que não era fácil, mas… Falou é passado. Lembrei das panelas que não pagam salários e tão pouco derrubam milícia. Nos resta a roleta da sorte, uma gripezinha ou a morte? Afogaremos na pastosa realidade, mas salvaremos a economia. “Minto! Minto!” A obra retrata a figura de uma pessoa com máscara, segurando um rolo de papel. Em tempos da Covid-19, o Brasil segue dividido. Vivemos uma crise política e humanitária. Ficará nas nossas piores memórias os meses que nem mesmo uma pandemia nos uniu? Não posso responder, sigo sem saber como será o amanhã, com um papel que se esgota. ”
Obras:
https://www.flickr.com/photos/182111802@N04/49892741006/in/album-72157713905794598/
1. Rotina sem horas (Giz pastel sobre papel sulfite, 21 x 27,94 cm 2020)
https://www.flickr.com/photos/182111802@N04/49893052067/in/album-72157713905794598/
2. Encarar-se (Giz pastel sobre papel sulfite, 27,94 x 40 cm, 2020)
https://www.flickr.com/photos/182111802@N04/49893051382/in/album-72157713905794598/
3. Papel (Nanquim sobre papel com edição digital, 59,4 x 84,1 cm, 20202)
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