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Museu de Arte da UFC – Mauc

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Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA)

Propaganda e Migração nas Imagens da Batalha da Borracha (1942-1943)

O envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial como fornecedor de materiais estratégicos para os países aliados trouxe para o primeiro plano dos interesses do Governo Vargas uma economia de guerra, com a ocupação da Amazônia incorporada à marcha para o oeste, e o consequente translado de mão-de-obra nordestina para os seringais. A batalha da borracha, conforme ficou conhecido esse episódio, foi administrada pela Comissão de Mobilização Econômica , organismo criado pelo presidente Vargas para organizar a economia brasileira no período da guerra, e mediante o Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA), serviço encarregado de garantir a migração para os seringais.

O SEMTA, criado em 1942, teve sua sede financeira instalada no Rio de Janeiro. Sua sede de recrutamento instalou-se inicialmente em São Luis, e em Janeiro de 1943, foi transferida para Fortaleza. São vários os motivos dessa transferência, conforme diz Morales:

Antes da presença do SEMTA a imigração cearense para a Amazônia era intensa. Não era um acontecimento episódico. Ao longo de toda década de 30 o Estado a estimulou. Além disso, e não menos importante, há o fato de que no apogeu da borracha é desse Estado que partem os maiores contingentes de imigrantes para a coleta da borracha. Portanto, havia ali uma história viva, um “know-how” expresso não apenas numa logística, mas também no conhecimento das práticas que a colocavam em funcionamento.

Como membro da divisão de Propaganda do SEMTA, o suíço Jean-Pierre Chabloz, contratado pelo SEMTA, produziu uma série de objetos de propaganda, entre os quais se destacam cartazes, cartilhas, opúsculos, brochuras, entre outros suportes de propaganda; estudos a lápis, pastel, nanquim, guache, aquarelas e grandes cartazes impressos em litogravura. Esse material era apresentado em vitrines ou eram carregados em marchas cívicas no centro da cidade de Fortaleza. Os cartazes ressaltam uma campanha de guerra e tentam persuadir os cearenses por meio de conteúdos simbólicos de uma propaganda produzida para o convencimento e a justificativa do processo migratório, desde o recrutamento até a transferência de um contingente de trabalhadores para a “Batalha da Borracha”, na região Amazônica.

No ano de 1984 faleceu em Fortaleza Jean-Pierre Chabloz e neste mesmo ano chega à Universidade Federal do Ceará o seu acervo particular. No ano de 1987 este acervo é transferido da Casa de José de Alencar para o Museu de Arte da UFC. Além dos diários pessoais, os diários de serviço e de uma grande parte de sua biblioteca, contém este acervo uma rica documentação registrando o percurso de suas atividades no campo da pintura, da música, do jornalismo e da propaganda.

Entre os documentos das atividades de propaganda, há um arquivo especial sobre as atividades de J. P Chabloz como propaganda do SEMTA.

Como já foi mencionado, esse órgão cuidava da transferência dos trabalhadores brasileiros para a extração de borracha na região Amazônica, que fazia parte de compromissos assumidos pelo Estado Novo, conhecido pela historiografia da guerra como “Acordos de Washington”.

 

 

 

Profa.Dra. Adelaide Gonçalves
Coordenadora do NUDOC

Prof.Pedro Eymar Barbosa Costa
Diretor  do MAUC

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