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Universidade Federal do Ceará
Museu de Arte da UFC – Mauc

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Abertura de “Balbucio 20” no Museu de Arte da UFC

Data de publicação: 16 de agosto de 2023. Categoria: Abertura de Exposição, Notícias

BALBUCIO 20: UMA EXPOSIÇÃO?

Balbucio, 20 anos depois…

O Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará-Mauc abre ao público, no dia 18 de agosto, às 13h, Balbucio 20, em comemoração aos vinte anos de formação do coletivo de artistas cearense surgido e composto, majoritariamente, por alunos do Curso de Comunicação Social (Jornalismo e Publicidade e Propaganda) da UFC.
Em oito anos de atividade (2003-2011), o coletivo realizou seminários, exposições, produziu mais de quarenta obras, suas variações e em múltiplas linguagens (performance, happening, environment, intervenção urbana, instalação, desenho, pintura, escultura, artes gráficas, jogos) e conta ainda com uma produção bibliográfica significativa do e sobre o coletivo composta por matérias em jornais, revistas e sites especializados, além de ensaios e artigos acadêmicos, trabalhos monográficos de conclusão de curso, dissertações, teses…

Balbucio, arte-ciência, antes…

Com o objetivo geral de “investigar, por meio de atividades teórico-práticas (…), as relações entre arte e comunicação, com enfoque nas interfaces entre corpo e novas tecnologias de processamento e difusão de informação na sociedade contemporânea” e centrado na performance como operador conceitual e dispositivo criativo centrais da sua produção, o Projeto Balbucio inaugura formalmente, no Ceará, a pesquisa acadêmica voltada para as relações entre teoria e metodologia científicas e processos de criação artística contemporâneos. De fato, a formalização do coletivo como projeto de extensão da UFC, em 2005, e a defesa dos trabalhos monográficos e dissertações de mestrado entre 2006 e 2013, anteciparam mesmo a criação dos cursos de graduação e pós-graduação em artes dentro e fora da UFC e trabalhos publicitados a partir deles.
O caráter altamente experimental e inovador da ação do coletivo na cidade não se resume à performance como aglutinador central e à intercessão entre pesquisa acadêmica e criação artística. O Projeto Balbucio também foi um dos primeiros grupos no estado a trabalhar as relações entre arte e tecnologia, aqui entendida no seu mais amplo espectro: das glossolalias às performances em streaming, do lápis e papel ao pixel, da escrita performativa avant la lettre à web art, da lycra ao jogo digital; do crochet ao bluetooth; do descascador de laranja ao sensor de movimento.

Balbucio viver junto, durante…

A contribuição do coletivo para o contexto estético local não se esgota na investigação precoce de questões hoje recorrentes aqui (mediação tecnológica da arte; artista como editor – colagem, assemblagem, gambiarra… –; crítica sociopolítica; gênero; memória e cultura tradicional popular como base da inovação poética contemporânea; jogos; cidade; e por aí vai!), mas sua maior importância jaz na coerência ética radical com a opção pelas relações entre arte e vida, com a criação coletiva (ao ponto do colapso da noção de autoria), com a experiência comunitária, com o viver-junto.

Balbucio performance, Mauc, agora e pra frente.

No dia 29 de setembro de 2003, o projeto Balbucio apresentou, nas dependências do Mauc, Glossolalic Machine #1: Cenácula. A performance, primeira do coletivo e hoje incorporada permanentemente ao acervo do museu (2018), é, por assim dizer, o rito inaugural do Balbucio, seu batismo.
Passadas duas décadas, o Mauc propõe Balbucio 20 como uma forma de refletir sobre os desafios concernentes à museificação da arte contemporânea, particularmente a performance, introduzidas no museu com Cenácula e agora ampliadas com a chegada de outras obras (Cores, 2004-2011; Balbucio-Performa-Aula, 2007; Via corpus, 2005; Ternos, 2005-2010) doadas ao Museu pelo coletivo em 2023.

Balbucio 20: isto não é uma exposição!

Balbucio 20 não é uma exposição, talvez venha a ser… no final.
Ao público que comparecer à vernissagem, defrontando-se com a sala branca, ainda desmontada; praticáveis e expositores vazios; a grande mesa amarela que foi da Imprensa Universitária (IU-UFC), hoje do Mauc, e, sobre ela, malas, sacolas caixas, organizadores, pastas e material de escritório, equipamento audiovisual desconectado, pareça-lhe que aquilo não é uma exposição. Talvez não seja no sentido corriqueiro da mostra pronta para ser vista, uma narrativa sempre redondamente construída pelo olhar especializado da crítica e da curadoria. Nesse sentido, não é mesmo; ainda.
Não há programa performativo específico nem rígido. Não há programa. O motor da ação é o reencontro de André Quintino Lopes, Antonio Wellington de Oliveira Junior, Edmilson Forte Miranda Junior, João Vilnei de Oliveira Filho e Tobias Sandino Gaede em torno dos arquivos do Projeto Balbucio, doze anos depois do encerramento formal de suas ações coletivas, com o objetivo de sistematizar documentos, objetos, imagens, etc. como acervo complementar ao das obras doadas ao Mauc para sua definitiva incorporação à coleção do museu.
O que guardam essas malas, caixas, pastas? Como inventariar, sistematizar, arquivar e criticar seu conteúdo? O que pode/deve compor o escopo do acervo final que permanecerá no Museu? Como a memória, os afetos, a subjetividade organizarão esses resquícios materiais a experiência coletiva – e vice-versa? Marca do coletivo, a tomada do partido estético no qual o processo criativo, os problemas (conceituais e técnicos) emergentes nele e suas soluções resultam da perspectiva coletiva, do viver-estar-junto, e em que o interator acompanha e participa, na máxima medida do possível, de todo desenvolvimento da ação não foi, desta vez, uma opção, mas uma determinação do bloco de experiência que, passadas duas décadas, esse acervo materializa.
A montagem de Balbucio 20 resultará dessa – agora, sim – exposição (no dicionário também: pôr à vista, propor, oferecer; apresentação, aula, conferência, consideração, declaração, descrição, discurso, elucidação, esclarecimento, exegese, exibição, explanação, explicação, fala, interpretação, lição, narração, narrativa, nota, palestra, prática, relatório, sudário!); dessa taxonomia da amizade.

SERVIÇO
Balbucio 20 (Exposição)
Abertura 18 de agosto de 2023 às 13h
Em cartaz até 29 de setembro de 2023
Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (Mauc)
Avenida da Universidade, 2854 – Benfica – CEP 60020-181 – Fortaleza – CE – Brasil
tel: +55 85 3366-748
Horário de Funcionamento
De segunda à sexta-feira, das 08:00 às 12:00 e das 13:00 às 17:00 horas.
Em alguns sábados, o Mauc funciona de 9h às 13h com uma programação especial. A data é confirmada previamente em nossas redes sociais.
Não funcionamos em feriados.

Sites:
www.mauc.ufc.br
www.ppgartes.ufc.br
www.sala109.ufc.br
www.balbucio.com.br

Redes sociais:
@museudeartedaufc
@salacentoenove

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