Exposições Atuais
O Mauc tem como espaços reservados à exposição nove ambientes destinados a exposições de longa duração e exposições de média e curta duração (temporárias).
O atual circuito de longa duração está distribuído na Sala Cultura Popular (coletiva) e nas salas individuais dos artistas Chico da Silva, Antonio Bandeira, Descartes Gadelha, Aldemir Martins e Raimundo Cela.
Na área externa, o painel “Jangadas”, também executado por Zenon Barreto, no mesmo período, compõem o circuito de longa duração do Mauc.
As salas encontram-se organizadas e estruturadas, apresentando ao público os núcleos principais das coleções do museu.
Observação: As salas Os Fundadores, Arte Cearense e Arte Estrangeira, que integram o circuito de longa duração, estão temporariamente desmontadas.
CIRCUITO DE CURTA DURAÇÃO (EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS)
Jornada para o Brasil: história das migrações de povos de língua alemã
Para além das parcerias político-econômicas, Brasil e Alemanha estão ligados histórica e culturalmente a partir de movimentos migratórios continuados. Na esteira das celebrações, em 2024, pelos 200 anos de imigração de falantes da língua alemã no Brasil, o Museu de Arte da UFC (Mauc) recebe, de 20 de fevereiro a 27 de março de 2025, a exposição Jornada para o Brasil: História das migrações de povos de língua alemã.
Sob a realização do Instituto Martius-Staden e curadoria de Martin Norberto Dreher e de Erny Mügge, a exposição apresenta 30 banners divididos em quatro módulos: uma introdução geral ao tema; o processo de emigração da Alemanha; as migrações para o Brasil; e a presença de falantes do idioma alemão no Brasil.
Além do foco em fluxos migratórios, também é possível conferir retrospectivas contando histórias de viajantes e naturalistas, do papel das mulheres, dos imigrantes judeus, da época do nazismo no Brasil e das atuais relações diplomáticas entre o Brasil e a Alemanha.
Período de exibição: 20 de fevereiro a 27 de março de 2025
Sentidos
A Xilogravura, pelas mãos inventivas de Yolanda Carvalho, desperta olhares curiosos e sentidos plurais. A simplicidade e delicadeza da artista, ao talhar a madeira, cria e recria cenários que passeiam do fantástico ao imaginário, das Meninas para as Marias, dos pássaros aos detalhes mínimos da natureza crua. Como não se encantar com sua poesia impressa, por uma vida entre matrizes, gravuras e cores? O despertar pela xilogravura se traduz em múltiplos sentidos, que atravessam muitos outros, na medida em que se aconchega no particular de quem pela arte é tocado. Sentidos traz ao Mauc a poesia impressa da xilogravurista piauiense Yolanda Carvalho e todos os seus múltiplos cenários. O projeto expográfico é de Cyro P. da Silva, e a curadoria é assinada por Áurea Pinheiro, Brenda Vieira, Cássia Moura, Yolanda Carvalho e Marysette Pacheco.
Período de exibição: 15 de março de 2025 a 25 de abril de 2025.
Só para ver-te agora são meus olhos
A artista visual Côca Torquato apresenta no Museu de Arte da UFC (Mauc) sua nova exposição individual intitulada “Só para ver-te agora são meus olhos”. A mostra exibe a produção de Côca durante e após a pandemia.
“Só para ver-te agora são meus olhos” é uma referência ao poema homônimo de Virgílio Maia e apresenta 70 obras, sendo 40 pratos de porcelana e 30 aquarelas em nanquim nos tamanhos A3 e A4. As obras de Côca possuem traços inconfundíveis com estética rupestre, que demonstra profundo enraizamento nas ancestralidades e na cultura popular do Nordeste brasileiro, recebendo influência direta do Movimento Armorial, criado por Ariano Suassuna.
“De qualquer modo, no seu conjunto, seu trabalho tem uma unidade que honra a todos nós que integramos o movimento armorial. Sua presença é um grande alento para nós que procuramos valorizar a cultura brasileira. Assim como ocorre comigo, Côca Torquato é uma sertaneja de formação urbana. Explica-se, assim, o parentesco indiscutível de suas pinturas com o espírito poético e mágico do romanceiro popular do Nordeste e das gravuras em madeira do Nordeste brasileiro. Uma vez estimulados à busca e à decifração do enigma, surge o momento em que cada artista deve trilhar o seu caminho numa viagem solitária e que só poderá empreender com seus próprios pés. É essa viagem que Côca Torquato vem realizando de uns anos para cá, com a minha aprovação e minha bênção”, afirma Ariano Suassuna.
As porcelanas e aquarelas de Côca mostram seu espírito curioso e inventivo, com pássaros em meio à vegetação, sempre em movimento, em busca. Em sua maioria, os pássaros estão em pares, ou bandos, reforçando o compromisso da artista com a fraternidade, a amizade e o amor ao próximo. Côca explora cores, com tons terrosos misturados a um azul forte e em variadas tonalidades, como preto, marfim, vermelho e branco. Neste conjunto de obras, a artista desenvolve um trabalho baseado em memória e imaginação, onde traços livres e pinceladas precisas dão forma a uma pintura contemporânea. A exposição “Só para ver-te agora são meus olhos” tem curadoria de Ignês Meneleu Fiuza e expografia e produção de Túlio Paracampos.
Sobre Côca Torquato
Maria do Socorro Torquato Maia, ou Côca, como assina seus trabalhos, nasceu em Parambu, Ceará, em 26 de abril de 1958. Autodidata, executa trabalhos artísticos desde jovem, assumindo profissionalmente seu talento em 1992. Colaborou com o Jornal O Pão, ilustrou livros e cordéis, e atua como desenhista, pintora e escultora. Desde 1996, dedica-se à produção de cerâmicas vitrificadas.
Sua produção artística está intimamente ligada ao Movimento Armorial, criado por Ariano Suassuna, que busca uma arte erudita a partir das raízes da cultura nordestina. Côca é uma autoridade no conhecimento e manejo técnico da cerâmica, com uma oficina bem equipada para seu trabalho, que resulta em obras de bom gosto e sensibilidade estética.
Côca Torquato realizou diversas exposições individuais e coletivas em capitais brasileiras como Fortaleza, Natal, Recife e Brasília. Em 2003, expôs em Portugal, em Lisboa e no Porto, e teve seu trabalho “Estandartes das Tribos de Israel” exposto na Casa da América Latina, em Paris, por mais de três meses, por iniciativa do Collège de France.
Período de exibição: 15 de março de 2025 a 25 de abril de 2025.
CIRCUITO DE LONGA DURAÇÃO
Sala Cultura Popular
A Cultura Popular Nordestina está apresentada nesta sala através das esculturas em madeira, barro e cerâmica, assim como as matrizes e as estampas de xilogravuras. Neste espaço, destacamos Mestre Vitalino e seus discípulos; Mestre Noza, Chico Santeiro, Joaquim Mulato, Maria e Ciça do Barro Cru; as irmãs Cândido; e os velhos e novos xilogravuristas da região do Juazeiro.
Sala Chico da Silva
(Alto Tejo AC 1910 – Fortaleza CE 1985). Pintor, inicia desenhando a carvão e giz sobre muros e paredes no Pirambu. Descoberto na década de 40, pelo artista plástico suíço Jean Pierre Chabloz, inicia-se na técnica de pintura à guache. Entre 1961 e 1963, trabalha no MAUC. Nesta sala estão expostos os 12 quadros que participaram da Bienal de Veneza de 1966 e que receberam a Menção Honrosa.
Sala Aldemir Martins
(Ingazeiras CE 1922 – São Paulo SP 2006). Pintor, gravador, desenhista, ilustrador. A sala conta com desenhos, litogravuras, serigrafias e pinturas representando os tipos nordestinos e figuras do imaginário nacional, a fauna e a flora, sobretudo galos, cangaceiros, rendeiras, gatos, flores e frutas em linhas sinuosas.
Sala Antonio Bandeira
(Fortaleza CE 1922 – Paris, França 1967). Pintor, desenhista, gravador. Inicia-se na pintura como autodidata, depois muda-se para o Rio de Janeiro e Paris. Esteve presente na exposição de inauguração do Mauc e em sua sala conta com pinturas, desenhos, guaches e gravuras abstracionistas.
Sala Raimundo Cela
(Sobral, Ceará, 1890 – Niterói, Rio de Janeiro, 1954). Pintor, gravador, professor de gravura em metal. Com formação em Ciências e Letras pelo Liceu do Ceará, muda-se em 1910 para o Rio de Janeiro. Estuda na Escola Nacional de Belas Artes e entre 1920 e 1922, viaja a Paris para aperfeiçoar-se. Suas obras retratam a paisagem e as figuras populares do Ceará.
Sala Descartes Gadelha
(Fortaleza, Ceará, 1943). Pintor, desenhista, escultor e músico. Expressionista, retrata em sua obra as temáticas sociais, culturais, religiosas e literárias da sociedade cearense. Apresenta através de desenhos, pinturas e esculturas a desigualdade social, a devoção fervorosa a São Francisco das Chagas e ao Padre Cícero; a formação do Arraial de Canudos sob a liderança de Antonio Conselheiro, o universo dos catadores do Jangurussu e os contos de Moreira Campos.
Funcionamento Mauc
Segunda à sexta-feira, exceto feriados – das 8h às 12h e das 13h às 17h (entrada até 15 minutos antes do encerramento)
Em sábados previamente divulgados – das 9h às 13h
Av. da Universidade, 2854 – Benfica
Aberto ao público | Entrada e estacionamento gratuitos
Observação: para a visita de grupos com mediação do Núcleo Educativo do Mauc, é necessário agendar através do formulário disponível no menu “Visitas Mediadas“.