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Universidade Federal do Ceará
Museu de Arte da UFC – Mauc

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Exposição 1971.01 – Documentário sobre Albrecht Dürer – 10/08/1971

(Transcrito do Folder)

Por ocasião do 500.º aniversário de nascimento do gravador e pintor Albrecht Dürer(1471 – 1528)

A Universidade Federal do Ceará, o Museu de Arte e a Cultura Alemã da Faculdade de Letras apresentam uma documentação sôbre a vida e a obra do artista e seu tempo, com a ajuda de reproduções de xilogravuras, gravuras em cobre, desenhos e pinturas do Museu Nacional Germânico de Nuremberg, República Federal da Alemanha.

ALBRECHT DÜRER nasceu em 1471 na cidade de Nuremberg. Foi pintor, gravador e arquiteto. Em 1486 freqüentou durante três anos a escola de Michel Wohlgemut. Mais tarde visita várias partes da Alemanha, os Países Baixos e a Itália. De volta a Nuremberg, em 1494 contrai matrimônio com Agnès Frey, mulher de caráter mesquinho e ciumento, tornando-lhe a vida um verdadeiro tormento.

Nos princípios de 1506, Dürer volta à Itália, onde suas estampas deram-lhe fama. Em Veneza fixa residência onde alia-se ao pintor Giovanni Bellini. Em 1520, parte para os Países Baixos e, em seguida, para a Alemanha, onde executa os famosos “APÓSTOLOS”. Como pintor, a sua obra é pequena, executou apenas um número reduzido de quadros; entretanto a sua grande bagagem artística é constituída de desenhos e gravuras, executados com riqueza de imaginação, ciência e habilidade prática. Entre as suas mais famosas gravuras acham-se a “Grande Paixão”, o “Apocalipse”, a “Pequena Paixão”, “Melancolia”, “O Cavaleiro e a Morte” e a “Grande Fortuna”.
Dürer morreu na sua cidade natal em 1528.


Apresentação

A época compreendida entre 1450 e 1550, que por seus efeitos talvez sòmente possa ser comparada ao nosso século, foi uma das mais movimentadas e cheias de transformações para a história espiritual do ocidente. Foi o período de transição da Idade Média para os tempos modernos. Conceitos como Gótico Flamejante, de um lado, e Renascimento, Humanismo, bem como Reforma, de outro, servem de certo modo para caracterizá-la.

Uma ordem de vida, amplamente definida pela religião, chegou ao seu fim. A vida terrena passou a ocupar fortemente o centro da reflexão e com ela o homem, o indivíduo, o que também foi fomentado pela volta à Antigüidade. Males sociais exigiam reformas. De uma certa rigidez e estreiteza de espírito foi-se abrindo um caminho. Descobertas e invenções apontavam novos horizontes e facilitavam a propagação de novos conhecimentos. As conseqüências foram enormes mudanças na Igreja, no Estado e na Sociedade. Nesta época viveu um artista especialmente receptivo a tudo aquilo que se passava em volta de si, convivendo com representantes de tôdas as classes sociais, um famoso homem de seu tempo. Nêle mostrava-se a mesma tensão que marcava sua época. Por um lado sentia-se ligado ao passado, como mostram os inúmeros motivos religiosos de sua obra e alguns tipos de estilo. Mas, por outro lado, procurava e seguia novos caminhos – também em escritos teoréticos ocupou-se com questões de perspectivas e proporções. Esforçava-se por penetrar nas leis que regem a natureza, a qual, para êle, não era mais apenas fundo de um quadro ou símbolo individual e enchia sua obra de uma viveza de expressão como quase nenhum outro o conseguiu. Observava com exatidão e apresentava o que via com a maior precisão possível.

Êste homem é Albrecht Dürer, conhecido nos países de língua espanhola como Alberto Durero, nascido em 1471 na cidade imperial livre de Nuremberg, naquela época um centro cultural e econômico da Alemanha. É conhecido especialmente como xilógrafo, gravador em cobre e pintor. Elevou a gravura em cobre e a xilogravura a um nível até então nunca alcançado. Não serviam mais penas à ilustração e sobressaíam-se por seu realismo. As séries de xilogravura “O Apocalipse”, “A Grande Paixão” e “A Vida de Maria” foram a pedra de toque para a fama européia. Enquanto a xilogravura mais fortemente simplificava, apenas acentuava o essencial, o aperfeiçoamento minucioso caracterizava a gravura em cobre, das quais são magistrais “O Cavaleiro, a Morte e Demônio”, “Jerônimo no Lar” e “Melancolia I”. Do mesmo modo, produziu pinturas que, pela precisão de suas características, alcançaram reconhecimento geral além das fronteiras. A estas pertencem, entre outras, “Adão e Eva”, numerosos retratos e “Os Quatro Apóstolos”. Um de seus desenhos que possui extraordinário poder de expressão é o retrato de sua mãe, transmitindo todo o sofrimento por que teve de passar em sua vida. Quando Dürer faleceu, em 1528, deixou uma obra múltiplice que tem lugar garantido na História da Arte européia. Ela, igualmente, aponta o artista como um homem extraordinariamente moderno, um homem à altura de seu tempo, que ainda hoje nos fascina. Talvez possamos nós, homens do presente, ainda melhor compreendê-lo, por vivermos num século que traz consigo muitas das características de um período de transição.

Prof. Georg Braüer
Coordenador da Cultura Alemã


As Três Grandes Séries de Xilogravuras de Dürer

(Completas e em Tamanho Original)

I. A Revelação Secreta de João (Apocalipse) – 1496/98

Quadro
143 O Título
144 João Perante a Mãe de Deus (título da edição latina de 1511)
145 Martírio de São João Evangelista
146 João, a Visão dos Sete Castiçais
147 João Recebe Ordens do Céu
148 Os Quatro Cavaleiros
149 A Queda das Estrêlas
150 Os Quatro Anjos Sopradores e a Selagem dos Escolhidos
151 Os Sete Anjos Tocadores de Trombeta
152 Os Quatro Anjos Eufráticos
153 João, Devorando o Livro
154 A Mulher do Sol e o Dragão de Sete Cabeças
155 A Luta de Miguel com o Dragão
156 O Dragão de Sete Cabeças e o Animal com Chifres de Carneiro
157 O Canto de Louvor dos Escolhidos
158 A Prostituta Babilônica
159 O Anjo com a Chave para o Abismo

II. A Grande Paixão – 1496/98 e 1510 

Quadro
148 Título para a edição do livro de 1511
185 Última Ceia – 1510
186 Cristo no Horto das Oliveiras – Cêrca de 1498
187 Aprisionamento de Cristo – 1510
188 A Flagelação – Cêrca e de 1496/97
189 A Exibição de Cristo – Cêrca de 1497/98
190 A Carregação da Cruz – Cêrca de 1497/98
191 Cristo Crucificado – Cêrca de 1496/97
192 A Lamentação – Cêrca de 1500
193 O Sepultamento – Cêrca de 1498/1500
194 A Descida de Cristo ao Inferno – 1510
195 A Ressurreição de Cristo – 1510

III. A Vida de Maria – Entre 1500/01 e 1511

Quadro
196 Maria no Resplandecer – 1511
197 A Oblação de Joaquim – 1503/04
198 Anunciação a Joaquim – 1503/04
199 Joaquim e Anna Sob o Portão Dourado – 1504
200 Nascimento de Maria – Cêrca de 1503
201 A Entrada de Maria no Templo – Cêrca de 1504
202 Matrimônio de Maria – Cêrca de 1504
203 Anunciação de Maria – Cêrca de 1503
204 A Visitação – Cêrca de 1503/04
205 Nascimento de Jesus – Cêrca de 1503
206 A Circuncisão – Cêrca de 1503
207 Adoração dos Reis Magos – Cêrca de 1503
208 Apresentação no Templo – Cêrca de 1503/04
209 Fuga para o Egito – Cêrca de 1503/04
210 Pausa Durante a Fuga para o Egito (“A Sagrada Família no Pátio”) – Cêrca de 1501/02
211 Cristo e os Escribas – Cêrca de 1503
212 Cristo Despede-se de Sua Mãe – Cêrca de 1504
213 Morte de Maria – 1510
214 Assumpção de Maria – 1510
215 Adoração a Maria – Cêrca de 1500/01

Dürer e seu tempo

O Mundo (Quadros de nº 1 a 8)

1 Dürer e seu tempo
2 O Mundo
3 Cristo, Senhor do Universo
4 A Imagem do Céu
5 A Imagem do Mundo
6 Os Soberanos do Mundo
7 O Imperador Maximiliano I
8 O Soberano do Mundo

O Tempo (Quadros de nº 9 a 18)

9 O Humanismo
10 Teoria das Proporções
11 Teoria das Proporções
12 Adão e Eva I
13 Proporção e Fisionomia
14 Dürer e a Itália
15 Modelos Italianos
16 Espera do Fim do Mundo
17 A Reforma
18 Guerra dos Camponeses

A Pessoa (Quadros de nº 19 a 26)

19 Albrecht Dürer 1471-1528
20 Auto-retrato (Adolescência 13 anos)
21 Os Pais
22 A casa onde nasceu
23 Nuremberg, a cidade imperial livre
24 Nuremberg e Dürer
25 Veneza e Dürer
26 Os Países Baixos e Dürer

A Obra (Quadros de nº 27 a 40)

27 A Descida da Cruz
28 Auto-retrato, 1498
29 Adão e Eva II, 1507
30 Dürer como Pintor
31 Os Quatro Apóstolos, 1526
32 Auto-retrato,1500
33 O Nascimento de Jesus, 1504
34 Dois Retratos
35 Indumentária
36 Animais
37 Dürer como Desenhista
38 Esboços
39 Esboços para um altar
40 Dois Retratos – Cabeça de um apóstolo
41 Três gravuras
42 A Melancolia, 1514; o Cavaleiro, a Morte e o Demônio, 1513
43 Dürer – gravuras em cobre
44 O Brasão da Morte, 1503; A Grande Fortuna, 1497; O Ciúme, 1497
45 Cardeal Alberto de Brandenburgo, 1523; O Príncipe Eleitor Frederico, O Sábio da Saxônia, 1524; Felipe Melânchton, 1526; Willibald Pirckheimer, 1524
46 O Apocalipse, 1498
47 A Vida d’Virgem Maria, 1502-1510
48 Dürer – as xilogravuras
49 Hércules, 1496; O Banho dos Homens, 1496
50 Sebastián Brant: “A Neve dos Loucos”, 1494


Catálogo da Exposição Albrecht Dürer 1971

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