Exposição 1980.02 – Lopes Jonas – 11/03/1980
(Transcrição do Catálogo)
Apresentação
Estranha a pintura de Lopes Jonas! Uma fuga às injunções dessa ou daquela escola! Mas mantém entretanto uma certa dose de disciplina, que somente se pode ver e apreciar no conjunto de dua obra. Pode-se sentir que a disciplina de que falamos resulta de uma contante pesquisa, baseada em anos de estudo em escolas germânicas e apurada frente às críticas nas várias exposições que fez, na Europa.
Fica difícil como dissemos, classificar sua pintura. Talvez um surrealista-abstrato, o que uniria o fantasmagórico de suas concepções à evidente alegria de poder exteriorizá-las sem a necessidade de geometrizá-las nem tão pouco de limitá-las às concepções de leis e formas existentes. Tudo seria “acidental”, sem nenhum vínculo com os ditames que regem o nosso mundo (chamado “normal”).
Vez ou outra pensamos que ele está tentando descrever e mesmo, explicar o universo, mas o seu disciplinado compromisso com a “acidentalidade” é tão mais forte que, usando as duas cores luminosas e a sua força de criatividade se lança novamente em seu caminho ainda não totalmente descoberto e nos mostra caracteres surpreendentes e enexplicáveis.
Poder-se-ia em seu caso parodiar o poeta: “Com um matiz como este, um pintor mergulha seu pincel na alegria da vida e na angústia do mundo”.
Heloysa Juaçaba
A pintura de Lopes Jonas, em que pese a perfeição técnica, o apuro e limpeza da confecção, não é uma arte liofilizada, certinha. Dua formação europeia, seus títulos e currículo servem apenas de embasamento a emoção que pretende – e consegue – transmitir. Em um de seus muitos diplomas reza que, “tem o direito de se intitular pintor e gráfico acadêmico”. Formado pela Academia de Belas Artes de Munique, Jonas fez cursos e estágios em toda a Europa. entretanto, seus quadros nos dão uma visão pessoal de paisagens irreais, de mundos desconhecidos. manifestações inconscientes que afloram a superfície do “cogito” e trazem até nós sensações estranhas.
Diz o pintor “A arte é comunhão da essência e do pensamento”. É justamente dessa junção, que nasce a arte de Lopes Jonas. Inspiração e nascente, surgindo juntas e juntas explodindo em criatividade. Seus quadros delicadamente coloridos, vigorosamente desenhados são planos de emoção e significado.
Roberto Júlio Pinto
A cor é a sua proposição. Não importam as conotações que as formas elaboradas possam sugerir. Na leitura da obra não cumpre descobrir montanhas ou crateras. devemos soletrar o entrelaçamento de linhas que germinam jatos de luz ou feixes de cores. As tonalidades que se diluem em infindáveis nuanças, purificam-se na abstração da cor ou se adensam em sombra numa ilusão do preto. A fantasmagoria das formas, que eclodem, emprestam apenas o suporte para a evolução das cores num ritmo denominado pelo perfeccionismo técnico do artista. Lopes Jonas, um “Mágico da cor”.
José Julião
Exposições
Individuais
1974 – Welt Galeria – Colonia – Alemanha
1975 – Schonn Galeria – Munique – Alemanha
1975 – Galeria Dupont – Paris – França
1976 – Blau galeria – Salzburg – Áustria
1976 – galeria “Nuevos Camiños – Madri – Espanha
1977 – Adc Galeria – Berna – Suíça
1978 – Galeria Ignez Fiúza – Brasil
1979 – Salão Nobre – Palácio da Abolição – Brasil
Coletivas
1974 – Fachhochschule Schwabish Gmund – Alemanha
1975 – Haus der Kunst – Munique – Alemanha
1976 – Kölner Markt – Colônia – Alemanha
1977 – Galeria Picasso – Recife – Brasil
1977 – Galeria Rodrigues – Recife – Brasil
1978 – Cultuurpaleis – Oostende – Bélgica