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Universidade Federal do Ceará
Museu de Arte da UFC – Mauc

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Exposição 1982.02 – Barrica – 06/05/1982

(Transcrito do Catálogo)

O Sempre Presente

Barrica mais uma vez entre nós. Na realidade, mesmo ausente, é como se estivesse aqui, porque sua personalidade, forte demais, não se afasta do nosso meio onde penetrou e se fixou de modo definitivo. Fisicamente pode estar em qualquer outro lugar, mas ele, Barrica, não sai daqui, e seus trabalhos, que são sua memória artística, projetam sua permanência e avivam a imagem do autor na imagem do seu estilo, na sugestão colorida de formas que refletem uma resposta estética às muitas perguntas de uma vivência carregada pela arte.

Aqui está Barrica, em sua arte, em sua pintura, que nunca esmorece, em seu valor constante e sua participação incansável no desenrolar de um caminho longamente percorrido, transformando coisas, fatos, paisagens, figuras, tudo que sua sensibilidade recolhe, em peças de arte que são seu desenho, sua pintura e cerâmica.

Por sua qualidade artística, pela força expressiva dos seus trabalhos é que Barrica tem sempre uma recepção favorável e para ele há também uma admiração espontânea, acompanhados de um perdoar constante pelo seu modo de ser no procedimento fora das normas costumeiras. Seus trabalhos são pedaços de beleza espalhados por aí dando bons momentos de prazer estético aos que lhes tocam com os olhos e os sentidos abertos. O Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará nos dá, com esta mostra, um momento maior para esse prazer estético.


Clidenor Capibaribe – BARRICA – (Cariri, Ceará, 1913). Pintor e ceramista. Autodidata. Esteve entre os fundadores da Sociedade Cearense de Artes Plásticas. Depois de residir alguns anos no Rio de Janeiro, onde desenvolveu atividade artística, voltou a Fortaleza, para mais tarde fixar-se em terra carioca. Participou de várias exposições coletivas no Ceará e desde 1935 realizou mais de vinte exposições individuais em diversas cidades brasileiras.

Austregésilo de Athayde escreveu sobre ele:

“Os quadros de Barrica possuem uma certa indefinição de cores, de motivos de escola, e creio que podemos encontrar aí mesmo a sua própria marca. Uma prova de sua força está na maneira corajosa pela qual, depois de ter sido abstrato, voltou a pintar figuras, indo de encontro à corrrente dominadora para afirmar a sua própria autenticidade.

Há em sua arte um dinamismo específico de sua região e que consiste em avançar em caminhos sinuosos, com a submissão apenas aparente às forças inelutáveis, sendo no entanto permanentemente perceptível a força de vontade do homem.

A sua vida de artista é múltipla e vária, tomando aqui e ali, traduzindo sempre uma ansiedade sem satisfação. A sua vocação, porém, está em não se encontrar e em não se realizar integralmente, o que, como se sabe, aconteceu a numerosos grandes artistas do mundo”.


Catálogo da Exposição Barrica 1982

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