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Universidade Federal do Ceará
Museu de Arte da UFC – Mauc

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Exposição 1983.04 – A Tauromaquinia – 10/05/1983

(Transcrito do Folder)

No ano de 1936, três grandes poetas espanhois, Lorca, Alberti e Bergamin, no transcurso de uma homenagem, definiram Pablo Picasso como “o toureiro da pintura”. Não se equivocaram: Picasso será sempre o grande “fan” e o bom conhecedor das touradas. Terá, além dessa graça, essa maestria, esse jogo que caracteriza os toureiros para enfrentarem o imponente animal da Arte. Porém, além dessa graça, essa mestria, esse jogo que caracteriza os toureiros para enfrentarem o imponente animal da Arte. Porém o touro é algo de mais. Não em vão se disse que a Península Ibérica tem a forma de uma pele de touro estendida. É o animal mítico que está vivo no inconsciente do povo espanhol. Por quê? Não o sei. Talvez por ser um animal forte, que só ataca em uma direção , porque combate até morrer. Lorca nos falará do “negro touro da pena”. Esse touro preto que Picasso registrou nas “Tauromanias”, gozando ou morrendo. Esse negro touro que nos olha da devastada cidade de Guernica, um dos quadros mais representativos do pintor. Essa negra cabeça de touro tomará Picasso para pintar seu autorretrato mais de uma vez. Sim, neste pintor, que em sua pessoa é o resumo de um século de arte pictórico, o touro é um animal primordial, simbólico, aquele que define a força e a tragédia. E estas características são tão  suas como as do seu próprio povo.

Uma tarde um grande toureiro chamado Luis Miguel Dominguín pediu a Picasso que ilustrasse um livro clássico na ciência da tauromania.

Aquele livro escrito por outro toureiro famoso, Pepe Hillo no fim do século XVIII que relata os diferentes momentos dessa festa plena de cor e dramatismo. Picasso não podia negar-se. Apaixona-se pelo trabalho porque, de certa forma, pintar a arte do toureiro é pintar a arte da vida, do jogo, do mistério e da morte.

Graças ao Instituto de Cooperação Iberiamericano e à Embaixada da Espanha em Brasília, a Casa de Cultura Hispânica pode hoje apresentar esta coleção de 26 gravuras que ilustram o famoso livro antes citado.

Desta forma acho que os estudantes da UFC e o público em geral podem aproximar-se desse toureiro da pintura que foi sempre Picasso.

Prof. Antônio Maura
Coordenador da Casa de Cultura Hispânica


Índice de Laminas

  1. Frontispício
  2. A los Toros
  3. Paseo de cuadrillas
  4. Suerte llamada de Don Tancredo
  5. El toro sale del toril
  6. Citando al toro com la capa
  7. Toreando a la verónica
  8. Salto com la garrocha
  9. Los cabestros retiran al toro manso
  10. Suerte de varas
  11. Echan perros al toro
  12. El picador obligando al toro con su pica
  13. Citando a baderillas
  14. Clavando un par de banderillas
  15. Citando al toro a banderillas sentado en una silla
  16. El matador brinda la muerte del toro
  17. Suerte de muleta
  18. La cogida
  19. Citando a matar
  20. La estocada
  21. Después de la estocada el torero señala la muerte del toro
  22. Muerte del toro
  23. El arrastre
  24. El torero sale en hombros de los aficionados
  25. Citando al toro con el rejón
  26. Alanceando a un toro

 


Os dois pintores mais genuinamente espanhóis da História, Goya e Picasso têm muitas coisas em comum: sua rebeldia, seu gosto pelos temas populares, a revolução que fazem da pintura em cada época respectiva, o repúdio à guerra, o domínio de todas as técnicas, o cultivo da gravura e a paixão pelas “corridas de toros”.

Pode dizer-se que Goya inventou as tauromanias e Picasso atualizou-se. Em ambos os casos existe uma lembrança pessoal, vivencias apaixonadas nas que o odor azul de cigarro e multidão se misturam com o ambiente festivo da praça e com o grito de horror pela colhida ou a visão do cavalo destripado pela certeira chifrada do touro. Este será o tema de seus famosos óleos das corridas de Barcelona de 1901 a 1934 e seu queixume desgarrado voltará a ouvir-se, petrificando o espectador em Guernica. Como sustenta o crítico se arte espanhol, Cirici Pellicer, na tauromania encontrava Picasso a simbologia de um maniqueísmo elementar e vigoroso, onde a força bruta está representada pelo touro, cabendo ao cavalo, aberto a chifradas, representar a inocência.

Na presente exposição, o espectador brasileiro poderá captar a admiração que Picasso sempre sentiu pelas touradas. É uma série de aguatintas nas quais, mediante uma hábil t´cnica de silhuetas e manchas recolhe todos os movimentos da corrida apresentado ao “picador”, ao “banderillero” e ao toureiro nos momentos mais decisivos de suas “faenas”. É um ballet que só precisa de música para iniciar sua dança. É impressionante a sensação de movimento, de agilidade, de alegria ou de dramaticidade que com apenas ligeiros toques consegue despreender-se de suas gravuras. É senhoras e senhores, PICASSO.

Juan Gonzalez-Cebrian
Adido Cultural da Embaixada da Espanha


Escena Picassiana

Torero arena toro
toro picador toro
torero arena picador
caballa sangre torero
arena sangre toro picador caballo
torero sangre toro arena toro.
Un veloz torbellino que nos ciega,
nos prende, nos confunde.

Rafael Alberti

Pareciera que el toro…

Pareciera que el toro va a cogerte,
a darte el cornalón definitivo.
Pero burla burlando jamás pierdes
el segundo preciso que esquiva sus agujas.

Salir ileso siempre, ese tu arte.

Rafael Alberti

Quisiera…

Quisiera hablar de tí los días,
a todas horas ver lo que tú has visto,
ser millionario de tus ojos,
encontrar las palabras de un lenguaje
que de puro no hecho pareciera el origen,
la voz primera de la tierra…

Rafael Alberti


Catálogo da Exposição Touromaquia Picasso 1983

 

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