Exposição 2001.05 – Sete Gravadores / Sete Álbuns – 16/09/2001
Quando da constituição do MAUC, no início dos anos 60, a então Universidade do Ceará mandou emissários ao Cariri para a aquisição de tacos que constituem hoje um dos mais valiosos acervos da xilogravura do País. Foi também o momento da encomenda a Mestre Noza, Walderêdo, José Cabloco e Lino de álbuns de gravuras.
Estava estabelecido um formato e inventada uma tradição.
Quando a xilogravura começou a dar sinais de revitalização, em meados dos anos 80, o álbum foi retomado pela nova geração de gravadores, como José Lourenço, Francorli, Cícero Vieira, Nilo, Elosman, Naldo, Hamurabi, Erivana, Gilberto, Justino e Airton, tributários da contribuição de Abraão Batista e Stênio Diniz, que fizeram a transição entre a herança dos pioneiros e a atitude dos novos.
E assim o formato álbum foi sendo difundido e a gravura de Juazeiro do Norte passou a ocupar espaços na mídia e em galerias, museus e fundações no Brasil e no exterior. Ganhou uma importância indiscutível por conta das temáticas desenvolvidas, das técnicas incorporadas, da invenção dos instrumentos e da ousadia de atualizar uma tradição, sintonizando-a com a cultura de massas.
Sete álbuns de sete destes artistas foram doados ao acervo do MAUC. Importante pelo reconhecimento da instituição como guardiã de um tesouro da criação nordestina e pela possibilidade da consulta que se abre para toda a comunidade. O MAUC foi, é e continuará sendo um referencial da cultura cearense, incluindo aí a riqueza e diversidade da manifestação de extração popular que se funde com a contribuição de um Cela, de um Aldemir Martins ou de um Bandeira para traçar um painel vigoroso da expressão estética brasileira.
SETE ÁLBUNS / SETE GRAVADORES é uma contribuição dos artistas de Juazeiro do Norte à atualização do acervo do MAUC e um chamamento à importância de que a Instituição se reveste e aos cuidados que merece receber de todos nós.
Gilmar de Carvalho
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Biografia
Airton Laurindo, natural de Juazeiro do Norte, onde nasceu em 1972. Passou a trabalhar, ainda menino, na Lira Nordestina, onde ainda hoje é impressor. Começou a cortar xilogravuras por curiosidade e pretende aperfeiçoar-se nesta arte.
Rua 22 de julho, 177. Franciscanos. Juazeiro do Norte-CE. 603020-100
Cícero Vieira da Silva, nascido em Juazeiro do Norte, em 1969. Trabalhou muito tempo na Lira Nordestina, onde fazia composição. Passou a cortar xilos estimulado por José Lourenço. Hoje vive em Jucás, onde trabalha como agricultor.
Rua Joaquim Vieira Nobre, 246. Jucás-CE. 63580-000
José Gilberto Gonçalves Pereira, nasceu em Jussara (BA), em 1980. Começou fazendo desenhos e pintando telas. Daí para a xilogravura foi só uma questão de tempo. Autor de um álbum (Santo Sepulcro) e participante de várias mostras.
Rua Farias Brito, 1263. Romeirão. Juazeiro do Norte-CE. 60050-076
Justiniano Paulo Bandeira, nasceu em 1966, em Juazeiro do Norte. Interessou-se pela xilogravura em contato com Francorli, com quem trabalhou na Secretaria da Cultura. Participou de várias coletivas.
Rua Vereador José Rodrigues, 269. Pirajá. Juazeiro do Norte-CE. 60030-110. Tel. (88) 511-5725
Naldo ou Antônio Leite Fernandes, nasceu em Juazeiro do Norte, 1976. Vizinho de Francorli, passou a cortar xilos em 1975. Participou de coletivas no país e no exterior. Também trabalha com serigrafia.
Rua Rotary Club, 88. Novo Juazeiro. Juazeiro do Norte-CE. 63010-610. Tel. (88) 571-2202
Nilo ou José Marcionilo Pereira Filho, natural de Juazeiro do Norte, nasceu em 1966. Foi escultor até se dedicar à xilogravura. Trouxe para a nova arte uma delicadeza de corte e uma noção de tridimensionalidade.
Rua Emídio de Lira, 193. Vila de Fátima. Juazeiro do Norte-CE. 60020-410
Stênio Diniz, nascido em 1953, em Juazeiro do Norte, neto do lendário José Bernardo. Cresceu na tipografia do avô. Ganhou o prêmio taco de Noza. Começou cortando capas de folhetos. Gravador com trajetória internacional.
Rua José Henrique Brasileiro, 496. Tiradentes. Juazeiro do Norte-CE. 63031-150
