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Luiz Sá de Araújo (Fortaleza/CE, 1907). Desenhista, ilustrador e cartunista.

Artista multimídia cearense do século XX divertiu e encantou milhares de brasileiros com seu talento e criatividade

Há mais de um século, as histórias em quadrinhos divertem e encantam milhares de leitores brasileiros. Fruto do talento e árduo trabalho de cartunistas e demais colaboradores, inúmeras revistinhas já foram publicadas no Brasil e no Exterior. Um desses cartunistas foi o cearense Luiz Sá de Araújo. Nasceu em Fortaleza no dia 28 de setembro de 1907.

QUEM FOI?

Neto de pintor e filho de professora de desenho e caligrafia, desde menino teve contato com o universo das artes.
Sua mãe costumava reunir os filhos e sobrinhos em volta da mesa para ensinar-lhes a desenhar. Em vez de fazer o que ela pedia, Luiz Sá desenhava o que vinha à sua imaginação. Até as calçadas de Fortaleza serviam de tela para desenhar a giz e carvão os personagens que ele via nos filmes.

Concluiu os estudos no Liceu do Ceará em 1926.

 

No dia 29 de outubro de 1929, Luiz Sá decide deixar sua terra natal e parte para o Rio de Janeiro na esperança de encontrar novos horizontes para sua vida profissional e artística. Nos primeiros meses, nada de promissor lhe aparece, trabalhando esporadicamente como servente de pedreiro ou encerando o piso de casas e pequenos escritórios.

Adoeceu e internou-se no Hospital Gamboa, onde, ao recuperar-se, ocupou o cargo de vigia noturno. Ganhando 60 mil réis por mês, investiu parte do valor na compra de papel e nanquim para fazer uma das coisas que ele mais gostava: desenhar. E o fruto de seu empenho resultou em uma vasta coleção de quadros sobre diferentes fatos da história do Brasil.

SUA ARTE

Como quadrinista, é autor de diversas histórias em quadrinhos, estreando na revista infantil “O Tico-Tico” em abril de 1931 com a série “As Aventuras de Reco-Reco, Bolão e Azeitona”. Com uma linguagem simples e bem-humorada, Luiz Sá narra as travessuras dos três garotos inseparáveis em diversos momentos de suas vidas. Os personagens infantis Louro, Totó, Catita, Pinga-Fogo, Maria Fumaça, Faísca e Peteleco, entre outros, também são de sua autoria.

Luiz Sá atuou no rádio, cinema e TV, destacando-se como um dos melhores cartunistas nacionais nas décadas de 1940 e 1950. Produziu charges para noticiários e programas esportivos exibidos semanalmente nos cinejornais do Rio de Janeiro. O bonequinho de críticas cinematográficas do jornal O Globo foi criado por ele em 1938.

Ilustrou, com muito humor e criatividade, diversas cartilhas sobre saúde pública divulgadas pelo Serviço Nacional de Educação Sanitária, instituído pelo Governo Vargas em 1941. Ilustrou também calendários, cartazes para campanhas publicitárias, cartilhas de prevenção contra acidentes, entre outros materiais.

Apaixonado por guache, desenhou até o fim dos seus dias, falecendo em 14 de novembro de 1979, no Rio de Janeiro, vítima de edema pulmonar.

Para saber mais sobre sua trajetória artística, acompanhe o minidocumentário disponível neste link: http://www.youtube.com/watch?v=RT8wsmmikls.

Por Carlizeth Campos
Assistente em Administração

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