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Museu de Arte da UFC – Mauc

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Janete Costa

Imagem cedida por Carmen Roberta Gil Borsoi

Garanhuns, PE, 1932 – Olinda, PE, 2008

Formada em 1961 pela Faculdade de Nacional de Arquitetura do Rio de Janeiro, Janete Costa é pioneira do Design de Interiores no Brasil. De maneira visionária e socialmente engajada, atuou em grandes projetos de restauração de sítios históricos, projetou espaços comerciais, hoteleiros e residenciais. O trabalho de Janete Costa tem profundo significado sociocultural, sendo reconhecida por introduzir o objeto popular na casa brasileira. Enquanto Lina Bo Bardi é a arquiteta/designer pioneira em elevar o status da cultura popular do Brasil, introduzindo-a no museu moderno, Janete Costa logra no Design de Interiores o lugar de valorizar o artista popular, inserindo peças da cultura de raiz em seus projetos, lado a lado com peças do Design moderno, sem hierarquias. Janete considerava essa integração “uma questão de brasilidade”. Até hoje, artesãos e mestres a consagram na missão de elevar e dar visibilidade aos artistas do povo. Em viagens, chegou a levá-los consigo, apresentando-os ao circuito de Arte e Arquitetura, sendo também apoiadora de cooperativas e comunidades, fortalecendo a produção artesanal coletiva. Elaborou projetos para edifícios públicos, palácios de governo, clubes, cinemas, galerias, teatros, museus e mais de 20000 residências. Ao todo, fez mais de 3000 projetos em 50 anos de atividades que construíram uma “escola” de forte identidade – a “escola Janete Costa”, modelo com o qual diversos arquitetos e designers se sentem vinculados. Também organizou exposições no país e no exterior, divulgando a cultura brasileira e os artistas populares, entre as quais estão “Artesanato como um Caminho” (1985), na FIESP, SP; “Viva o Povo Brasileiro” (1992), no MAM, RJ; “Arte Popular Brasileira” (2005), Carreau du Temple, Paris; “Que Chita Bacana” (2005), SESC Belenzinho, SP. No campo do Design, foi além do projeto de interiores: insatisfeita com a qualidade da produção industrial, criativa e desenvolvia mobiliário e objetos em vidro, madeira e metal, direcionando a execução das peças às cooperativas de produtores. Janete Costa não cabe em rótulos, sua atuação tem identidade múltipla no Design brasileiro, onde se destacou como uma mulher extraordinária que inventou um lugar agregando meios, técnicas, valores e circuitos. Em sua homenagem, a Prefeitura de Niterói (RJ) fundou, me 2012, o Museu Janete Costa de Arte Popular, em um sobrado tombado de 1862. A síntese de sua personalidade está nas palavras da amiga e pesquisadora Adélia Borges que, ao se despedir de Janete, expressou: “…apaixonada pelo que fazia e pelas pessoas, Janete Costa foi uma grande brasileira”.

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