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Universidade Federal do Ceará
Museu de Arte da UFC – Mauc

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Marianne Peretti

Fotografia por Breno Laprovítera e Jarbas Júnior. Imagem cedida por marianne Peretti

Paris, França, 1927

Marie Antoinette Hélène Peretti é uma artista de múltiplos talentos, cuja arte monumental deu forma ao Brasil moderno. Filha de mçae francesa e pai pernambucano, cresceu na ambígua Paris dos anos 20, onde o “Novo” florescia no obscurantismo doas guerras mundiais. Desde criança abraçou as artes visuais, fugindo do Liceu para desenhar e pintar. Formou-se na famosa École Nacional des Arts Decorratifs, e na La Grande Chaumiére, em Montparnasse, cobiçados redutos artísticos parisienses. Realiza sua primeira exposição na Galerie Vendôme, onde circulavam personalidades da arte, como Salvador Dali. Ilustrou livros, revistas, projetou vitrines e objetos decorativos, mas foi na criação de relevos, vitrais e esculturas em obras públicas que sua arte ganhou maior dimensão. Fase em que atua no Brasil na década de 1960, integrando a equipe do arquiteto Oscar Niemeyer na construção de Brasília, Marianne Peretti era a única mulher entre os artistas a enfrentar os desafios de um projeto monumental que inspirava o surgimento de um Brasil moderno e democrático. Nesse contexto, sua obra surge exuberante e inovadora, imprimindo sentidos humanistas na dureza dos materiais industriais: concreto armado, ferro e vidro. No seio da arquitetura brutalista emergia um desenho fluido, moderno, de formas leves e abstratas, criando composições harmônicas que integravam Arquitetura, Design e Arte. Entre suas obras em Brasília estão o votral da fachada do Superior Tribunal de Justiça, com passagens de luz e cores em formas orgânicas da naturaza; o painel “Alumbramento”, da Câmara dos Deputados; os vitrais do Panteão da Pátria e o maior monumento do Distrito Federal – a Catedral de Brasília, com seus 2.240 m² de vitrais. Brasília é um acervo vivo de sua obra, mas outras cidades do Brasil também ganharam sua estética: Recife, Rio de Janeiro, Maceió, Fortaleza e Le Havre, na França, com esculturas na praça do memorial Maison de La Culture. Um signo forte é o voo do pássaro, essência na poética e no processo criativo, onde os desenhos feitos à mão, em escala natural, são dispostos nos espaços destinados para que ela tivesse a percepção viva do real. Marianne parece mesmo ser um pássaro em pleno voo, sua visão do alto e seu rastro livre espelham o sonho da mulher que modelou com alma de artista superfícies concretas, com força, leveza e liberdade. Atualmente consagrada, tem sua obra registrada no livro “Marianne Peretti: A Ousadia da Invenção”, traduzido para o francês, Aos 93 anos, reside em Olinda (PE), onde mantém casa e ateliê, em meio à natureza – sua grande inspiração.

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