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Universidade Federal do Ceará
Museu de Arte da UFC – Mauc

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Mauc 60 anos, Nossa Arte é Presente!

Data de publicação: 25 de junho de 2021. Categoria: Sem categoria

Mauc 60 Anos, Nossa Arte é Presente!

Como celebrar e comemorar os 60 anos de instalação e inauguração do primeiro museu de arte do estado do Ceará em uma semana que o Brasil chegou ao número de 500.000 mortos, vitimados pela Covid-19 e vivendo um cenário com tantas consequências emocionais causadas por esta pandemia que assolou o planeta? Diante de um número tão grande, ficamos a pensar sobre quantas vidas passaram pelas salas expositivas e administrativas do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará ao longo destas seis décadas. Nosso respeito, sentimentos e afeto aos familiares e amigos daquelas(es) que não estão mais neste plano.

 

Fotografia em preto e branco do reitor Martins Filho (ao centro) com o pintor Antonio Bandeira (à esquerda) e outra pessoa não-identificada na abertura de uma exposição no Mauc.

Reitor Antonio Martins Filho (centro) e o artista Antonio Bandeira (à esquerda) em abertura de exposição no Mauc. (Foto: Arquivo Institucional e Histórico do Mauc)

A cada leitura realizada sobre a história da mais antiga casa das artes cearense a partir dos documentos institucionais vamos nos encontrando e reencontrando com personagens – reitores, intelectuais, servidores, artistas, pesquisadores e muitos visitantes – que deixaram seus nomes registrados nos relatórios, nos catálogos, nas obras de arte e nos livros de assinaturas de visitantes do Mauc. E a cada encontro com estas pessoas, lembramos: as instituições são feitas de pessoas e para as pessoas!

Fotografia Colorida de visitante do Curso de Biblioteconomia da UFC a uma das salas de exposição do Mauc.

Visita de estudantes do Curso de Biblioteconomia da UFC em 2000.

Dizem os estudiosos e curiosos do mundo dos museus e da cultura que o Mauc é um museu tradicional, um museu universitário, um museu de arte, um museu de resistência, um museu elitista, um museu parado no tempo, um museu fechado, um museu acolhedor, um museu real… termos, conceitos, alcunhas foram e são dadas a ele a todo tempo e a todo o instante, mas para a nossa atual equipe, o Mauc é Presente.

Fotografia em preto e branco de quatro pessoas, mais à frente temos um homem e uma mulher, ele usa blusa branca de manga longa, calça social, óculos de armação preta, tem cabelos e bigodes escuros, segura alguns papeis e olha em diagonal; a mulher usa um vestido com estampas geométricas, também segura papéis e olha na mesma direção. Mais ao fundo temos duas mulheres, a que está mais à frente usa blusa branca e saia escura, tem cabelos médios escuros e faz anotações, a outra mulher usa vestido escuro, tem cabelos curtos na altura da nuca e também faz anotações.

Visitantes no Mauc em 1973. (Foto: Arquivo           Institucional e Histórico do Mauc)

Dentro da estrutura organizacional da Universidade ele já esteve vinculado à Reitoria, ao Gabinete do Reitor, ao Departamento de Cultura, ao Instituto de Cultura e Arte – ICA, à Pró-Reitoria de Extensão e atualmente, à Secretaria de Cultura Artística da UFC, mas em todos os momentos, foi respeitado pelos gestores máximos da instituição educacional. Martins Filho ousou dar forma a este museu imaginado na Universidade do Ceará a partir de 1957 e em 25 de junho de 1961 ele o abriu ao público local e à sociedade brasileira. Seu projeto de imaginação, criação e perpetuação, ultrapassaram as décadas e sua missão educacional foi mantida, revista e ampliada para os tempos atuais.

Fotografia colorida de grupo de estudantes do Instituto Fillippo Smaldone recebendo uma visita mediada em Libras em uma das salas de exposição do Mauc. Ao fundo temos a bolsista que faz a tradução, em primeiro plano temos alguns estudantes em pé, outros sentados em um banco, todos olham para a mediadora.

Visita do Instituto Fillippo Smaldone com tradução para Libras em 2019. (Foto: Núcleo de                        Comunicação do Mauc)

Entre 1957-1961 (pré-museu) e 1961 e junho de 2021, o Mauc abriu à visitação pública, 487 exposições, sendo 6 virtuais. Neste recorte temporal, mais de 300.000 visitantes circularam, se encantaram e se questionaram frente às obras de arte e às intervenções artísticas. Seu acervo museológico, com aproximadamente 7.000 peças, encanta a quem o conhece… conta com coleções de referências para a cultura popular nordestina e para as artes plásticas cearenses; conta com um conjunto arquivístico institucional e histórico, cuja presença do Selo de Memória do Mundo da Unesco faz jus ao seu valor patrimonial; e por fim, conta ainda com um acervo bibliográfico raro sobre arte museu, museologia e patrimônio desde a criação do Mauc e a biblioteca especial de Jean Pierre Chabloz.

Fotografia do Selo Memória do Mundo concedido pela Unesco ao Arquivo Histórico Jean Pierre Chabloz. (Foto: Núcleo de Comunicação do Mauc)

Selo Memória do Mundo concedido pela UNESCO ao Arquivo Histórico Jean Pierre Chabloz – Mauc em 2016.

Alguns gestores do Mauc ficaram apenas 1 ano à frente da direção, outros 2, outros 27, outros 31… alguns foram interinos, mas cada um, à sua maneira, deixou alguma marca na gestão. Em alguns momentos, o Mauc chegou a ter 17 servidores e em outros, apenas 4… acreditamos que mais de 100 servidores contribuíram nesta casa, dado ainda a confirmar! Desde 1997 mais de 300 bolsistas, estagiários e voluntários passaram pelo Mauc, atuando no espaço expositivo e técnico, e nos ensinando que ensino, pesquisa e extensão se fazem pela teoria e prática cotidiana.

 

Fotografia colorida da Biblioteca Floriano Teixeira, temos quatro longas estantes com livros ao fundo, na parede à esquerda temos um banner com imagens do sertão e uma fotografia de Patativa do Assaré. Em primeiro plano da imagem temos visitantes observado.

Biblioteca Floriano Teixeira – Mauc.

Apesar de tantos dados, cifras, detalhes explicitados acima, o Mauc se destaca como um dos primeiros museus universitários brasileiros a contar com o profissional museólogo no seu quadro funcional desde a década de 1960; mantém o seu acervo (arquivístico, bibliográfico e museológico) bem salvaguardado, organizado e documentado seguindo os padrões da Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia. Foi responsável pela formação de uma geração de artistas e gravadores que são referências para as artes visuais cearenses; é referência na criação da sua primeira página eletrônica em 1999; foi pioneiro nas ocupações e intervenções urbanas nos muros da universidade; realizou a primeira exposição/ocupação de graffiti dentro de um museu brasileiro; foi pioneiro na convocatória para realização de exposições virtuais em tempos pandêmicos; e por fim, inova e se renova constantemente a partir do profissionalismo e compromisso ético da sua equipe técnica e da geração de bolsistas e voluntários que contribuíram e contribuem na execução de projetos educativos realizados no e pelo Mauc.

Resumir 60 anos em poucas palavras e linhas é ressaltar que o maior diferencial do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará é ser um museu presente e resistente ao tempo social e às mudanças administrativas e políticas. O Mauc é a nossa Casa das Artes do Ceará, com um acervo inigualável e em constante expansão, originário também de doações e contribuições de inúmeros parceiros, colaboradores e amigos. Ele não só conserva, como possibilita o acesso das novas gerações e, esperamos, das futuras também, às nossas obras primas, ao legado e à preciosidade daquilo que temos de melhor em nosso estado. Ele é o resultado de um gesto ousado de um reitor que, apoiado por artistas, nos presenteou com um espaço de reconhecimento e de perenização da riqueza cultural de nossa gente. O Museu de Arte da UFC, ao longo dos últimos 60 anos, marca a nossa história e é por ela marcado. No Mauc, nossa arte é presente!

Viva o Mauc! Viva a arte cearense!

25 de junho de 2021
Graciele Siqueira e Equipe Mauc

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