Área do cabeçalho
gov.br
Portal da UFC Acesso a informação da UFC Ouvidoria Conteúdo disponível em: Português

Universidade Federal do Ceará
Museu de Arte da UFC – Mauc

Área do conteúdo

Exposição 1980.05 – Caricaturas I – Caricatura e Desenho de Humor Hoje/Ontem – 01/09/1980

(Transcrito do Catálogo)

Caricaturas I é um panorama da caricatura e desenho de humor no Brasil de ontem e de hoje. Procura, assim, a Funarte mostrar a evolução desse gênero, de Angelo Agostini até nosso dias, reunindo alguns dos mais expressivos artistas que o Brasil teve e tem.

Acreditamos, nós da Funarte, que essa mostra é apenas um começo, a abertura permanente de um espaço para o humor em uma de suas formas mais ricas de expressão.

Roberto Parreira


Depois da Careta

O humor talvez tenha sido a primeira (ou a mais evidente) das manifestações machistas do homem das cavernas. O diário arrastar da própria mulher pelos cabelos demonstrava não apenas a vontade de afirmar sua superioridade, física mas, intuitivamente, a de exercitar o seu nonsense. Se fui buscar, em idade tão distante, uma imagem do humor primeiro, Herman Lima, em compensação, chamou o próprio Deus de patrono do caricaturista, pela transformação do anjo rebelde no Lúcifer de asas de morcego, nariz de águia, chifres de touro, língua de serpente, pés de cabra, etc., etc,. etc.

embora venha de tais remotos tempos, humor e humorismo humanos não têm sido devidamente considerados em sua maravilhosa importância. Aliás, pode-se até dizer que têm sido execrados, por críticos, acadêmicos, escritores, políticos e, especialmente, governantes.

Não sei exatamente bem porque alguns críticos confessam seu despreço pelo humor e não justifico o lugar menor a que relegam os humoristas em suas volumosas e sempre injustas antologias e manuais. E, no entanto, o humor não é obra tardia como, por exemplo, o romance. Comparada a qualquer outra manifestação da inteligência humana, anterior à voz, companheira do gesto, a careta devia ter sugerido ao primitivo homem a espécie de riso e gargalhada que uma boa piada hoje provoca. A verdade é que o humor e, portanto, o humorista vieram antes do grito, do tambor, do papiro do edito e dos editais, dos proclamas, do livro, da imprensa, do rádio e- ufa! – da televisão. O humor sempre andou com o homem, do tempo em que perdeu a primeira costela nos dias empolgantes do fantástico. Andou nele e com ele, a seu lado servindo-o e o destruindo, mas a seu lado: mão e flagelo; consolo e aflição.

Dito isto, à moda de prólogo, quero saudar aqueles que, como Deus ou Adão, têm nas mãos o poder de fazer o homem sorrir, porque são eles, afinal, que fazem a verdadeira história do seu tempo. Como o desenho, a palavra, o mudo significado – e pela coragem de criatura que se faz, em momento de aparente loucura, criador.

Por tais razões, levanto minha voz para pedir: todo o poder ao humor. Mas, se isso for impossível, todo o humor ao poder.

Remy Gorga, filho


Expositores

Ontem

Alvarus
Angelo Agostini
Augusto Rodrigues
Bluff
Di Cavalvanti
Faria
Gil
Guevara
Hélios
J. Carlos
K. Lixto
Luiz Sá
Mendez
Nássara
Oswaldo Navarro
Péricles
Raphael Bordalo Pinheiro
Raul Pederneiras
Rian
Seth
Theo

Hoje

Biratan Porto
Borjalo
Caulos
Ciça
Darlan
Edgar Vasques
Fraga
Gougon
Henfil
Hilde
Jaguar
Joba
Lan
Lopes
Lor
Marco Aurélio
Miguel Paiva
Millôr
Mino
Petchó
Racsow
Sampaulo
Santiago
Siroba
Solda
Veríssimo
Zé Andrade
Zélio

Acessar Ir para o topo